Previdência de advogados quer sociedades multidisciplinares a contribuírem

Em 2024, a Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores cobrou cerca de 117,5 milhões de euros aos seus beneficiários. Desse valor,106 milhões são relativos a 2024 e 11,3 milhões a dívidas.

A Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) quer ter uma nova fonte de financiamento do regime de previdência, através da criação de uma contribuição obrigatória (moderada) das sociedades profissionais e das sociedades multidisciplinares que integrem advogados, proporcional ao número desses profissionais. Esta foi uma das medidas propostas à comissão de avaliação constituída pelo Governo, segundo o Relatório de Contas da CPAS relativo a 2024.

No ano passado, a Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) cobrou cerca de 117,5 milhões de euros aos seus beneficiários. Desse valor, 106 milhões são relativos a 2024 e 11, 3 milhões relativos a contribuições em atraso.

Segundo o mesmo relatório de Contas da CPAS – relativo ao ano passado – o valor cobrado aos beneficiários foi mais 11 milhões face a 2023. “O resultado positivo do exercício de 2024 (39.715.994,91 euros) conduz ao reforço da sustentabilidade que, por sua vez, permite expandir a vertente assistencial da CPAS que consegue, assim, aumentar o apoio prestado aos seus beneficiários”, diz o mesmo documento. Que acrescenta que foram registadas 1.538 novas inscrições, pelo que, à data de 31 de dezembro de 2024, contabilizou-se um total de 39.972 beneficiários com pagamento de contribuições, para um total de pensionistas de reforma, invalidez e sobrevivência de 7.778.

Assim, segundo o relatório assinado pelo presidente Victor Alves Coelho e a sua equipa, o resultado global foi positivo em 2024 e superior em mais de 13 milhões de euros face ao exercício anterior (2023). Sendo que a recuperação da dívida acumulada foi cerca de 6%: em 31 de dezembro de 2024, a dívida líquida era de 146,5 milhões, menos 9,7 milhões do que no final de 2023.

A nível de apoios, só em 2024, foram alocados 3.567.416,09 de euros a benefícios imediatos, tendo sido atribuídos 2.699 benefícios. Como é o caso dos chamados benefícios de nascimento, no montante de 565.785 de euros e de maternidade, no montante de 1.524.628,80 de euros. Destaca-se ainda a comparticipação no Internamento Hospitalar por Maternidade, no montante de 50.422,28 de euros, no total de 2.140.836,08 de euros, auferidos por 1.578 Beneficiários.

“O valor de benefícios Imediatos (3.567.416,09 euros) ascende a 5.089.561,40€ se incluirmos os seguros, sendo que foi oferecido: a 28.983 beneficiários um Seguro de Acidentes Pessoais que representou um gasto de 89.626,87 euros, a 35.372 beneficiários um Seguro de Assistência Médica Permanente (CPAS Virtual Care) e a 28.945 beneficiários um Seguro de Proteção de Rendimentos por Acidente ou Doença que representou um gasto de 1.432.518,44 euros”, diz o documento.

Vítor Alves, presidente da Caixa de Previdência dos Advogados, em entrevista ao ECO/Advocatus - 05MAI23
Victor Alves Coelho, presidente da Caixa de Previdência dos Advogados, em entrevista ao ECO/AdvocatusHugo Amaral/ECO

Medidas propostas pela CPAS

O Governo publicou em agosto em Diário da República o despacho que determinou uma auditoria à CPAS para apurar o seu património, encargos e responsabilidades futuras. Esta comissão analisou e ponderou os modelos de integração apresentados com base nos resultados apurados pela auditoria e no relatório do grupo técnico constituído. Feitas as contas, em Julho haverá uma conclusão final. No contexto dessa Comissão de avaliação constituída pelo Governo, a Direção da CPAS propôs as seguintes medidas:

  • Instituição de uma cláusula de salvaguarda que permita que, de forma comprovada e transitória, os beneficiários que não aufiram meios que lhes permitam contribuir pelo escalão mínimo aplicável possam contribuir, de acordo com os seus rendimentos, abaixo desse escalão.
  • Criação de um novo escalão intermédio entre os atuais 4.º e 5.º escalões, durante um ano, que suavize a progressão dos beneficiários que iniciam o exercício da profissão até atingirem o escalão mínimo obrigatório.
  • Criação de escalões mínimos diversificados, de acordo com o número de anos após a inscrição na CPAS, num sistema de inscrição automática, mas com a possibilidade de contribuição por escalão inferior, em condições a definir.
  • Nova fonte de financiamento do regime, através da instituição de uma contribuição obrigatória (moderada) das sociedades profissionais e das sociedades multidisciplinares que integrem advogados e/ou, proporcional ao número desses profissionais.
  • Clarificação e adequação do regime dos contribuintes da CPAS que, simultaneamente, são trabalhadores por conta de outrem e que, atualmente, podem requerer isenção de contribuir para a Segurança Social.
  • Possibilidade de dedução como custo da totalidade das contribuições pagas à CPAS por beneficiários que se encontrem no regime simplificado de IRS, questão especialmente penalizadora para os profissionais mais jovens que normalmente estão no regime simplificado.
  • Melhoria das condições e das coberturas dos diversos seguros oferecidos pela CPAS, tal como tem acontecido todos os anos.
    Melhoria dos subsídios assistenciais atribuídos pela CPAS, designadamente no que se refere à parentalidade (a introduzir ainda durante o corrente ano de 2025).

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Venture-builder Eyer Partners chega ao mercado com um milhão para investir

Até ao final do ano quer ter entre oito a dez empresas em portefólio, adianta Ana Almeida, CEO da venture-building, ao ECO.

Ana Almeida, CEO da Eyer.

Querem investir e ajudar a construir o negócio das empresas participadas. A venture-builder Eyer Partners está a levantar um milhão de euros em capital e, até ao final do ano, quer ter entre oito a dez empresas em portefólio.

Não se trata de um fundo, nem de uma sociedade de capital de risco. “A Eyer é uma sociedade anónima, com investidores privados individuais, e portanto não institucionais”, começa por dizer Ana Almeida, CEO da venture-building, ao ECO.

“Para nós foi muito importante encontrar as pessoas certas para estarem connosco neste projeto. Conseguimos alinhar pessoas com conhecimentos e experiências em áreas diferentes, o que cria valor na diversificação, e acima de tudo pessoas que se apaixonaram pelo nosso projeto e querem também estar próximas dos empreendedores”, continua. “Neste contexto, estamos a levantar cerca de um milhão de euros em 2025, junto de 12 investidores”, revela.

E há planos para já no próximo ano haver novo levantamento de capital, sempre junto de investidores privados. “Face aos nossos objetivos haverá novas rondas de capital começando logo em 2026. Nessa altura iremos igualmente definir o valor da nova ronda, tendo em conta as oportunidades que estivermos a avaliar e o seu potencial”, diz a CEO que, juntamente, com Luís Pedro Duarte (chairman) e José Miguel Azevedo Rodrigues (CTO) constitui a equipa de liderança da Eyer.

Face aos nossos objetivos haverá novas rondas de capital começando logo em 2026. Nessa altura iremos igualmente definir o valor da nova ronda, tendo em conta as oportunidades que estivermos a avaliar e o seu potencial.

“Para nós é muito importante manter o princípio de proximidade e confiança com os investidores, por isso é que os ouvimos e envolvemos na análise dos investimentos e na sugestão de próximas apostas. Nesse sentido, não excluímos a hipótese de podermos ter mais do que uma ronda de investimento em 2026“, admite Ana Almeida.

Construir negócio em conjunto com participadas

Parte da equipa de fundadores (são cinco), a começar pela CEO, tem um percurso profissional ligado à consultadoria. “Ao fim de mais de 20 anos a trabalhar em consultoria, sempre junto de grandes empresas, quis ter uma experiência junto das PME. Durante um ano estive perto dessa realidade e percebi que podia fazer ainda mais e que o desafio me estimulava. A ideia da Eyer surgiu como o concretizar desse objetivo, com mais foco, estrutura e propósito, e acima de tudo, com as pessoas certas”, conta Ana Almeida.

A Eyer Partners é uma venture-building. “O seu propósito é simples, aumentar a probabilidade dos empreendedores serem melhor sucedidos. Percebemos que a economia real real não está atendida com parceiros que conciliem capital, capacidades tecnológicas e proximidade. E daí o ‘building‘, construir, desenvolver”, explica a CEO.

“A Eyer é o parceiro do dia a dia, que complementa a essência do empreendedor, com outras capacidades que não lhe são naturais e que são criticas nos dias de hoje ao crescimento do negócio”, diz. “Estamos a falar em ajudar com as competências tecnológicas, identificando onde a mesma pode ser bem aplicada e a trazer mais produtividade, ajudamos com o pragmatismo e rigor de execução e de melhores práticas de gestão, e também a potenciar as capacidades de comunicação e posicionamento de marca, para além da nossa rede internacional de investidores que garante acesso a novos mercados”, explica.

Muito derivado da nossa experiência e onde acreditamos que conseguimos gerar valor, a nossa apetência está muito direcionada para negócios B2B, na área de serviços explorados através de plataformas. Estas soluções têm enorme potencial de escalar tanto em Portugal como a nível internacional.

O primeiro ano de atividade está “muito focado na criação das capacidades core que vão de forma direta e pragmática ajudar no desenvolvimento das nossas participadas”, afirma Ana Almeida. Neste momento, a Eyer já tem “duas empresas nas áreas de comunicação e da gestão financeira” e está a finalizar a compra de uma terceira e a criar uma quarta na área de produto tecnológico. “Em paralelo, estamos com mais três oportunidades em due dilligence”, revela. “Até final de 2025 o nosso objetivo é o de ter um portefólio com oito a dez empresas”, avança.

O capital — podem ser tickets que variam entre os 100 mil e os 500 mil euros — é sempre aplicado na empresa, por norma, através de um aumento de capital. “Após a definição de um plano de negócio com o empreendedor e identificadas as áreas e capacidades que requerem desenvolvimento e melhoria, o capital é utilizado precisamente para aquisição de serviços ou contratação de recursos que permitam a concretização dos objetivos de negócio”, descreve.

A Eyer não tem um setor de atividade específico na mira de investimento. “O nosso portefólio é diversificado e a dimensão dos negócios que temos avaliado também é variável. Desde empresas que têm menor maturidade e por isso estão numa fase de quase arranque, até outras que já estão no mercado há alguns anos e estão totalmente estabelecidas”, diz a CEO.

Mas admite alguma apetência para negócios virados para o B2B. E explica porquê. “Muito derivado da nossa experiência e onde acreditamos que conseguimos gerar valor, a nossa apetência está muito direcionada para negócios B2B, na área de serviços explorados através de plataformas. Estas soluções têm enorme potencial de escalar tanto em Portugal como a nível internacional”, diz.

“Para nós, o talento é o principal ‘gatilho’ que nos faz ter interesse em avaliar um potencial investimento. Se essa base estiver presente na oportunidade, as garantias de sucesso futuro aumentam exponencialmente”, diz ainda a gestora quando questionada sobre quais os focos de investimento.

A Eyer Partners entra no mercado num momento de instabilidade, com uma guerra comercial em curso com impacto nas bolsas. Poderá ter impacto? Ana Almeida mantém-se otimista.

“Os ciclos económicos sempre trouxeram desafios ao longo dos anos. Foram sendo indexados a fatores diferentes, com impactos também em diferentes setores. Um dos aspetos importantes está em criar negócios resilientes e ter capacidade de reagir às oscilações que vão surgindo”, começa por referir a gestora.

“No contexto em que atuamos ainda não sentimos nenhuma reação de retração ou de dúvida sobre os objetivos. Mantivemos o mesmo plano estabelecido em 2024 e o mesmo está a ser cumprido sem alterações”, garante.

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Transformação Atuarial no Setor P&C: Lisboa recebe evento da Akur8 e Milliman

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  • 14 Abril 2025

No dia 14 de maio, Lisboa recebe um evento sobre inovação atuarial em seguros P&C, promovido pela Akur8 e Milliman, com foco em ferramentas de pricing e reserving.

No próximo dia 14 de maio, Lisboa será palco de um evento para os profissionais do setor segurador, promovido pelas empresas Akur8 e Milliman. Sob o tema “Actuarial Transformation in P&C Insurance”, a sessão convida a explorar as mais recentes inovações tecnológicas aplicadas ao “pricing” e “reserving” em seguros P&C.

Ao longo do evento, será possível conhecer ferramentas actuariais mais avançadas, contactar com especialistas do setor e obter conhecimentos práticos que irão elevar as suas estratégias para otimizar processos e acelerar tomadas de decisão.

A Akur8 apresentará as suas soluções de pricing e reserving baseadas em Machine Learning Transparente e Analytics Preditivo, oferecendo uma abordagem inovadora que promete mais velocidade, desempenho e confiança nos processos dos seguradores.

Por sua vez, a Milliman trará a sua plataforma Milliman Mind, que transforma simples ficheiros de Excel em aplicações web dinâmicas. O objetivo? Agilizar fluxos de trabalho de modelação e integração de dados, poupando tempo, reduzindo erros e promovendo uma atuação mais eficiente e flexível.

O evento contará com a participação de especialistas de ambas as empresas, entre os quais:

Arturo Sánchez, Actuarial Data Scientist na Akur8
Pedro Pereira, Sales Director na Akur8
Jose Silveiro, Principal and Director Property and Casualty na Milliman
Valerie Lampert, Non-Life Actuarial Consultant na Milliman

Uma oportunidade única para profissionais atuariais e decisores estratégicos aprofundarem conhecimento, trocarem experiências e descobrirem o futuro da atuação em seguros.

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Como um prémio pode mudar uma autarquia?

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  • 14 Abril 2025

O Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros é muito mais do que um galardão. É um reconhecimento que pode transformar a forma como uma autarquia é vista e projetada para o futuro.

A realidade das autarquias portuguesas é, muitas vezes, marcada por desafios exigentes: responder às necessidades da população, gerir recursos escassos, promover o desenvolvimento sustentável e manter uma visão estratégica para o futuro. No meio desta missão complexa, a distinção pública pode parecer apenas um símbolo — mas, na prática, um prémio pode ser um verdadeiro catalisador de mudança.

Se a sua autarquia ainda não se inscreveu no Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros, esta é a oportunidade ideal para o fazer. As autarquias que submeterem oito ou mais projetos ganham a possibilidade de divulgar o seu Plano de Atividades, garantindo mais visibilidade para as suas iniciativas e projetos estratégicos. As inscrições terminam a 20 de junho.

Como um prémio pode mudar uma autarquia?

Reconhecimento que legitima

Quando uma autarquia é premiada, recebe não apenas um troféu ou diploma. Recebe legitimidade. O reconhecimento externo — seja por boas práticas de sustentabilidade, inovação, inclusão social ou digitalização — valida o trabalho feito e reforça a confiança da comunidade local. Isso fortalece o vínculo com os munícipes e estimula a participação cívica.

Visibilidade que atrai investimento

Ser distinguido numa iniciativa como o Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros é também ganhar visibilidade. E a visibilidade gera oportunidades: de financiamento, de parcerias, de turismo ou de projetos piloto. Empresas, investidores e instituições procuram territórios dinâmicos, com boas práticas e visão de futuro. Um prémio é um selo de qualidade que projeta a autarquia para além do seu território.

Internamente, é um motor de motivação

As equipas que trabalham nas autarquias — desde os técnicos aos dirigentes — raramente recebem palco. Quando o trabalho é reconhecido, a motivação aumenta. Um prémio valoriza o esforço coletivo, promove o orgulho institucional e estimula a criatividade e a inovação nos serviços públicos.

Um prémio como instrumento de benchmarking

Ao premiar o que de melhor se faz nas autarquias portuguesas, o Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros promove também a partilha de boas práticas. Cada caso de sucesso serve de exemplo e inspiração para outras câmaras municipais ou juntas de freguesia, funcionando como uma ferramenta de benchmarking que eleva a fasquia da governação local em todo o país.

Efeito multiplicador: quando o sucesso se replica

Um prémio pode marcar o início de um ciclo virtuoso. A notoriedade abre portas, atrai talento e consolida a estratégia. Muitas autarquias usam o reconhecimento como alavanca para novos projetos, reforçam a sua comunicação institucional e tornam-se modelos a seguir dentro e fora do país.

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Aumento dos riscos e dos prémios pressionam rentabilidade das seguradoras

  • ECO Seguros
  • 14 Abril 2025

Um estudo da Bain & Company prevê o panorama das lacunas de proteção a nível global indicando o que faz aumentar a lacuna de proteção e o que pode alavancar o potencial da indústria.

Até 2030 os danos provocados por catástrofes naturais cobertos por seguros rondarão entre os 25% e 33% globalmente, já os seguros de vida deverão cobrir menos da metade das mortes. Prevê-se daqui a cinco anos as lacunas de proteção de todos os ramos de seguro vão-se agravar, impulsionadas pelo aumento dos custos com sinistros das seguradoras e, consequentemente, dos prémios.

Por lacunas de proteção entende-se os riscos não cobertos por seguros necessários para os mitigar em caso de sinistro. Ou seja, é a diferença entre o total de perdas económicas causadas por determinados riscos e as indemnizações pagas pelas seguradoras para cobrir as perdas.

Francisco Montenegro, partner da Bain & Company: “Os riscos de catástrofes cibernéticas terão de ser partilhados e as parcerias público-privadas terão de se expandir para promover a prevenção”.

Estas são algumas das conclusões do estudo ‘Bridging the Protection Gap: Affordability, Access, and Risk Prevention’, (em português, ‘Colmatar o défice de proteção: acessibilidade económica, acesso e prevenção de riscos’) da Bain & Company que apresenta os desafios que o setor enfrenta para conseguir uma relação rentável entre o preço que o cliente paga pelo seguro e o risco.

O estudo indica que os principais desafios enfrentados pelas seguradoras para reduzir a lacuna de proteção são a evolução dos riscos, o aumento das catástrofes naturais e dos ciberataques, os preços cada vez mais inacessíveis aos consumidores dos seguros patrimoniais e o declínio da importância dos seguros de vida, particularmente entre os mais jovens.

“As companhias de seguros encontram-se num ponto de inflexão”, afirmou Francisco Montenegro, partner da Bain & Company. “Nos últimos anos, assistimos a aumentos de prémio nos seguros de Property & Casualty (P&C) e a vendas de anuidades no setor dos seguros de vida impulsionadas pelas taxas de juro. Embora o capital e os balanços permaneçam razoavelmente fortes, surgiram vários desafios e a rentabilidade ficou sob pressão em muitas linhas de negócio de seguros. As seguradoras terão de ser proativas e agir o quanto antes se quiserem contornar estes impactos”.

Por um lado, as previsões quanto ao futuro da atividade seguradora abalam a confiança dos investidores quanto às perspetivas de crescimento das seguradoras Vida e P&C americanas. Avaliações às seguradoras norte-americanas sugerem um declínio de rentabilidade ou perdas ocultas que ainda não foram registadas às empresas do ramo Vida e as do P&C. Por outro lado, os investidores estão mais otimistas em relação às seguradoras do ramo Vida dos mercados emergentes.

Quanto aos sinistros, as seguradoras enfrentam a ameaça da escalada dos custos com sinistros cibernéticos a nível mundial. Prevê-se que os custos dos danos provocados pelo ransomware a nível mundial aumentem para mais de 250 mil milhões de dólares (220 mil milhões de euros) nos próximos seis anos e que as medidas individuais das seguradoras não sejam suficientes para fazer face aos riscos futuros, alerta a Bain.

“Em todo o setor segurador, a prevenção de riscos é uma componente cada vez mais crítica da estratégia”, comentou Francisco Montenegro. O especialista indica os caminhos a seguir: “os riscos de catástrofes cibernéticas terão de ser partilhados e as parcerias público-privadas terão de se expandir para promover a prevenção”, afirma.

Há contudo inovações tecnológicas que se apresentam como uma oportunidade para a indústria seguradora, como é o caso da rápida proliferação de dados não estruturados e a ascensão da Inteligência Artificial (IA).

Para Bain & Company o aproveitamento dos dados oferece às seguradoras uma “oportunidade única” para melhorar a acessibilidade e os preços dos seus seguros.

A empresa estima que as melhorias do setor impulsionados pela IA permitirão às seguradoras obter um crescimento de receita de 10% e 15%, uma poupança de até 30% nas despesas operacionais e uma redução entre 30% e 50% nas perdas desnecessárias com sinistros de P&C (que ocorrem por erros, ineficiências ou sinistros fraudulentos)

Outro tema mencionado no estudo é a forma como o aparecimento de produtos fora do setor segurador que procuram responder às necessidades impostas pelas alterações climáticas deverá impactar os modelos de risco das seguradoras. O estudo dá o exemplo dos carros elétricos e autónomos que deverão transformar a dinâmica do risco e da responsabilidade e a forma de lidar com o crescente desequilíbrio dos rendimentos da reforma.

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Seguros de risco transacional e M&A cresceram 8% em 2024

  • ECO Seguros
  • 13 Abril 2025

A Marsh reporta crescimento robusto da procura por seguros de risco transacional, com aumento da atividade em tecnologia, saúde e energias renováveis. A América Latina e África ganham relevância.

A Marsh, empresa de corretagem de seguros e gestão de risco, revelou que o mercado de seguros de risco transacional aumentou 8% no volume global de transações, alcançando os 3,4 mil milhões de dólares a nível global, refletindo o reforço do papel destas soluções na mitigação de riscos associados a transação complexas.

O seguro de risco transacional é uma modalidade de proteção que cobre riscos associados a transações financeiras ou comerciais, especialmente em contextos de fusões e aquisições (M&A).

Pedro Pereira, Líder de Private Equity, M&A e Linhas Financeiras da Marsh Portugal: O ano passado foi um marco para o seguro de risco transacional, com uma recuperação significativa da atividade global de fusões e aquisições e um reconhecimento crescente do valor das soluções de seguro na gestão de riscos transacionais.

O relatório “Transactional Risk Insurance 2024: Year in Review” (em português, “Seguro de riscos transaccionais 2024: Ano em análise”) indica que no último ano a Marsh colocou limites de seguro de risco transacional no valor de 67,8 mil milhões de dólares (cerca de 60 mil milhões de euros) em mais de 2.750 apólices — um crescimento de 38% face a 2023.

"O ano passado foi um marco para o seguro de risco transacional, com uma recuperação significativa da atividade global de fusões e aquisições e um reconhecimento crescente do valor das soluções de seguro na gestão de riscos transacionais. Apesar da incerteza geopolítica e dos seus impactos adversos na atividade global de M&A, mantemos uma perspetiva otimista quanto ao crescimento contínuo deste mercado e ao seu papel na facilitação de transações bem-sucedidas em diversos setores”

Pedro Pereira, Líder de Private Equity, M&A e Linhas Financeiras da Marsh Portugal.

O dinamismo do setor foi particularmente visível nas áreas de tecnologia, saúde e energias renováveis, onde os níveis de subscrição se aproximaram de máximos históricos. Em paralelo, os mercados emergentes, nomeadamente América Latina e África, demonstraram um papel cada vez mais relevante, impulsionados pela evolução da capacidade dos seguradores locais para apoiar transações transfronteiriças.

Preços em queda, capacidade em alta

O mercado manteve-se favorável aos compradores no ano passado, com reduções de preços de dois dígitos nas camadas primárias de cobertura, transversalmente às várias geografias.

A capacidade de subscrição também se manteve robusta a nível global, com limites de até mil milhões de dólares disponíveis normalmente para transações individuais na América do Norte e Europa. Ainda assim, o final de 2024 trouxe um maior conservadorismo por parte dos seguradores na concessão de limites, como resposta ao aumento da sinistralidade, sobretudo em programas de maior dimensão.

Os sinistros de seguro de risco transacional aumentaram 20% na América do Norte e 30% na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), mantendo-se estáveis na Ásia e com uma ligeira queda no Pacífico face a 2023.

Portugal acompanha tendência de recuperação

Em Portugal, o comportamento do mercado refletiu a dinâmica global. Segundo Sebastião Lorena, Especialista de Private Equity e M&A da Marsh Portugal, o ínicio do ano registou uma quebra significativa na atividade, seguida de uma retoma gradual e um aumento consistente da procura” embora mais contido do que noutros países europeus e nos EUA”.

“Ainda assim, continuámos a observar uma maior procura por soluções de seguro de risco transacional, visível tanto no aumento do número de apólices colocadas, como na crescente diversidade dos setores de atividade das entidades alvo das transações — uma tendência em crescimento contínuo nos últimos cinco anos”, afirma Sebastião Lorena, Especialista de Private Equity e M&A da Marsh Portugal.

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Conheça as quatro startups que vão no roadshow da Fidelidade à China

  • ECO Seguros
  • 13 Abril 2025

Foram escolhidas entre as 15 nomeadas, por apresentarem “maior probabilidade de celebrarem acordos comerciais, encontrarem boas fontes de sourcing e atraírem investimento”.

Já são conhecidas as startups selecionadas para participar no roadshow à China, no âmbito da 7.ª edição do programa Protechting: LoopOps, Owl Places, SleepUp e Granter.ai. O anúncio foi feito esta quarta-feira, durante um evento promovido pela iniciativa, organizada pelo Grupo Fidelidade, Fosun, Fosun Foundation e Hospital da Luz.

Ricardo Morgado (LoopOS), Lingjiang Xu (Fosun), Duarte Mónica (Multicare), Jorge Magalhães Correia (Chairman do Grupo Fidelidade), Francisca Leite (Hospital da Luz Learning Health), Pedro Resende (OWLPlaces), Miguel Abecasis (Administrador Executivo da Fidelidade), Bernardo Seixas (Granter.ai), Bernardo Tavares (Granter.ai).

As quatro startups foram escolhidas entre as quinze nomeadas, por apresentarem “maior probabilidade de celebrarem acordos comerciais, encontrarem boas fontes de sourcing e atraírem investimento”, segundo comunicado da organização.

O roadshow incluirá passar por Shanghai, Shenzhen, Hengqin e Macau, oferecendo às startups a oportunidade de conhecer o Grupo Fosun, participar na ‘Beyond Expo 2025’ — evento de referência em tecnologia, em Macau —, além de promover encontros com potenciais parceiros e investidores.

De acordo com os organizadores, esta iniciativa visa impulsionar o desenvolvimento de startups e reforça “o compromisso e a visão partilhada que o Grupo Fidelidade a Fosun, Fosun Foundation e o Hospital da Luz têm sobre a Inovação Aberta e que define o empreendedorismo como uma fonte de inovação essencial na construção das sociedades do futuro”.

O Protechting é um programa internacional de inovação aberta criado pela Fidelidade, Fosun e Hospital da Luz Learning Health, com o objetivo de promover e acelerar startups nas áreas de Insurtech (tecnologias aplicadas ao setor segurador) e Healthtech (tecnologias aplicadas à saúde).

Esta edição do Protechting foi a mais concorrida de sempre, com um total de 216 candidaturas. Ao longo das suas sete edições, o Programa Protechting já recebeu candidaturas de mais de 1.000 startups provenientes de 55 países, resultando no desenvolvimento de mais de 50 projetos-piloto e na celebração de cinco acordos comerciais.

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China pede aos EUA coerência e cancelamento total das taxas

  • Lusa
  • 13 Abril 2025

A China apelou aos EUA para que "cancelem completamente" as denominadas tarifas recíprocas, após a decisão norte-americana na sexta-feira de isentar produtos de alta tecnologia daquele país.

A China apelou aos Estados Unidos para que “cancelem completamente” as denominadas tarifas recíprocas, após a decisão norte-americana na sexta-feira de isentar produtos de alta tecnologia provenientes daquele país. “Instamos os Estados Unidos a (…) dar um passo importante para corrigir seus erros, cancelar completamente a prática errada de tarifas recíprocas e retornar ao caminho certo de respeito mútuo”, disse um porta-voz do Ministério do Comércio da China, num comunicado citado pela agência noticiosa francesa AFP.

No meio de uma guerra comercial com a China que está a preocupar os mercados financeiros mundiais, os Estados Unidos mudaram a sua posição radical na sexta-feira, isentando smartphones, computadores e outros produtos eletrónicos chineses das recentes e enormes sobretaxas alfandegárias impostas pelo Presidente Donald Trump.

Este domingo, numa posição citada pela AFP, o Ministério do Comércio da China apelidou a medida norte-americana como um “pequeno passo”, acrescentando que estava “a avaliar o seu impacto”.

De acordo com um memorando do Serviço Alfandegário dos EUA divulgado na noite de sexta-feira, essas isenções aplicam-se em particular a produtos eletrónicos importados da China para os Estados Unidos, país que elevou para 145% as taxas alfandegárias em geral para aquele mercado asiático.

A gigante tecnológica americana Apple, por exemplo, fabrica os seus iPhones na China.

Pequim retaliou na sexta-feira a decisão norte-americana, aumentando para 125% as suas taxas alfandegárias sobre todos os produtos norte-americanos, medida que entrou em vigor no sábado.

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BYD Seal U: Um SUV familiar que escolheu ser útil em vez de ser o rei da festa

Espaçoso, funcional e sem estragar o orçamento familiar, este SUV elétrico da chinesa BYD não impressiona na estrada nem no design, mas resolve o essencial sem complicações ou grandes surpresas.

Se há carro que personifica o conceito de “pão com manteiga” no universo dos elétricos, é o BYD SEAL U. Chegou a Portugal com a missão de ser o SUV familiar que ninguém nota no trânsito, mas que cumpre as suas tarefas caseiras: transportar crianças, bagagens e o cão sem dramas.

A BYD, marca chinesa que deu os primeiros passos há 30 anos a fabricar baterias para telemóveis, decidiu há duas décadas que queria “construir sonhos” (literalmente, “Build Your Dreams”). O SEAL U, porém, parece mais interessado em construir rotinas. Com 4,79 metros de comprimento e um espaço interior que acomoda três adolescentes — ou três cadeiras de criança –, este SUV elétrico é o equivalente automóvel a um par de calças de ganga: confortável, versátil, mas com pouco glamour.

Na estrada, o SEAL U revela-se competente, mas monocromático. A versão “Comfort”, com 72 kWh de bateria, oferece 420 quilómetros de autonomia — suficiente para uma ida e volta Lisboa-Peniche, com paragem no regresso na Ericeira para uma degustação de ouriços na tradicional Casa da Fernanda. A suspensão macia neutraliza buracos e lombas, mas nas curvas da estrada costeira, o corpo inclina-se com a elegância de um turista a evitar um pombo na calçada lisboeta. Quem procura prazer de condução terá de se contentar com o modo “Sport”, que basicamente torna o acelerador mais responsivo.

O interior é prático, com bancos em pele vegan e um ecrã tátil de 12,8 polegadas que roda como um tablet de 50 euros do AliExpress. O sistema de infotainment, apesar de incluir Apple CarPlay e Android Auto, é tão intuitivo quanto um manual de instruções em mandarim. Já os 552 litros da bagageira permitem levar casacos, malas e toda a tralha da pequenada sem problemas.

Frente à sua concorrência direta, o SEAL U bate-se bem na hora de pesar a carteira, tanto frente ao Tesla Model Y como ao Volkswagen ID.4, graças a um preço que arranca nos 44.490 euros. Mas a verdade é que a BYD ainda joga na segunda divisão do marketing emocional: enquanto a Tesla vende foguetes para Marte, a marca chinesa oferece um elevador social para quem quer subir ao andar dos elétricos sem hipotecar a casa. Além disso, ainda patina no refinamento: o isolamento acústico é inferior ao dos rivais e o design exterior — apesar das jantes de 19 polegadas — lembra um crossover genérico saído de um catálogo de marca branca.

Apesar disso, é importante não esquecer o lado inovador da BYD que, desde logo, foi pioneira nas baterias de lítio-ferrofosfato (Blade Battery), tecnologia que equipa o SEAL U e promete menos risco de incêndio — algo tranquilizador para pais que já lidam com birras no banco de trás.

O SEAL U revela-se num elétrico que prioriza a funcionalidade sobre o requinte, sendo por isso ideal para famílias que procuram eficiência sem hype.

Quanto à assistência à condução, este SUV elétrico inclui 18 sistemas de segurança, desde o cruise control adaptativo até ao aviso de colisão frontal. Além disso, apresentar detalhes técnicos interessantes, como o carregamento rápido DC (80% em 42 minutos) e o sistema V2L, que permite usar a bateria do carro para alimentar dispositivos externos — ideal para um piquenique elétrico à beira-mar.

O SEAL U não é um carro de extremos, mas de compromissos inteligentes. Destaca-se com a área de espaço interior, sendo capaz de transportar uma família de cinco elementos sem transformar a bagageira (552 litros) num tétris logístico, e com uma autonomia de 420 quilómetros que elimina a ansiedade de carga em viagens mais longas.

A garantia de oito anos da bateria (Blade Battery) funciona como um seguro contra o ceticismo de quem ainda desconfia de marcas emergentes. Já os pontos menos atrativos residem numa condução excessivamente pragmática — suspensão macia neutraliza buracos, mas anula qualquer prazer nas curvas — e num sistema de infotainment que parece ter ficado preso na era pré-streaming, com menus confusos e respostas lentas.

É nesta dicotomia que o SEAL U se revela: um elétrico que prioriza a funcionalidade sobre o requinte, sendo por isso ideal para famílias que procuram eficiência sem hype, mas que acaba por ter o mesmo efeito que um descafeinado: cumpre a função de acordar os sentidos, mas sem o kick da cafeína de uma bica.

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Setores intensivos em carbono na “mira” de bancos da aliança para descarbonização<span class='tag--premium'>premium</span>

A CGD e a CCA afirmam que a Aliança da Banca para a Neutralidade Carbónica impulsiona os esforços de descarbonização. A ideia é atuar nos setores mais intensivos em carbono, ajudando à transição.

Numa altura em que os bancos norte-americanos estão a “saltar fora”da Aliança da Banca para a Neutralidade Carbónica (NZBA, na sigla em inglês), uma aliança global criada pelas Nações Unidas (ONU) para promover a descarbonização através das instituições financeiras, na Europa os bancos mantêm-se mais firmes. Na banca portuguesa, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e a Caixa de Crédito Agrícola (CCA) são os dois aderentes, que permanecem na iniciativa. E explicam porquê. De momento, a NZBA conta com 134 bancos, espalhados por 44 países, que somam 56 biliões de dólares em ativos. Sob este chapéu já estiveram reunidas 150 instituições, mas, entre dezembro e janeiro, os gigantes da banca norte-americana foram-se retirando, na sequência da vitória nas presidenciais nos Estados Unidos de Donald

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França precisa de cortar 40 mil milhões para manter défice de 4,6% em 2026

  • Lusa
  • 13 Abril 2025

A França vai precisar de introduzir 40 mil milhões de euros em cortes no orçamento de 2026, que começará a ser elaborado na terça-feira, para manter o défice público em 4,6%.

A França vai precisar de introduzir 40 mil milhões de euros em cortes no orçamento de 2026, que começará a ser elaborado na terça-feira, para manter o défice público em 4,6%, disse hoje o ministro da Economia francês. “Ainda é muito cedo para conhecer os pormenores destes cortes“, disse o ministro da Economia francês, Éric Lombard, na BFMTV, sublinhando que estão também previstas receitas adicionais ligadas ao crescimento económico.

Lombard assegurou que a previsão de uma melhoria de 0,7% do PIB este ano é “sólida”, apesar da turbulência ligada à guerra comercial lançada pelos Estados Unidos, e também manteve o seu objetivo de reduzir o défice para 5,4% este ano, a fim de o reduzir para menos de 3% em 2029.

Para o efeito, recordou que o Governo francês optou por reduzir uma rubrica de segurança de 5.000 milhões de euros nos orçamentos adotados no início do ano. Mas sublinhou que será necessário continuar a reduzir as despesas para que o défice possa recuar sem aumentar os impostos.

A este respeito, Lombard salientou que a contribuição de 2.000 milhões exigida aos maiores contribuintes do país, que o anterior Governo do conservador Michel Barnier tinha introduzido durante um único ano, pode ser mantida numa base permanente.

Esta medida de solidariedade parece-me necessária“, afirmou o ministro, que recordou que a sua manutenção por apenas um ano foi uma promessa feita pelo anterior Governo e não pelo atual, e que indicou afectará “várias dezenas de milhares de cidadãos“.

Por outro lado, afirmou que os oito mil milhões de impostos adicionais introduzidos este ano para as grandes empresas serão eliminados.

Quanto a outros cortes, Lombard garantiu que “tudo é possível”, desde que seja acordado pelos parceiros sociais e tenha o apoio do Parlamento, onde o Governo não tem maioria e terá de chegar a um acordo com outros partidos.

O ministro considerou que a França tem margem para cortes sem degradar os serviços sociais e recordou que o país dedica 57% da riqueza nacional às despesas públicas, mais 10 pontos do que a média europeia. “Pensamos que podemos gastar menos e melhor“, disse o ministro, que apontou algumas medidas introduzidas durante a crise da covid-19 que podem ser eliminadas.

Ao mesmo tempo, o ministro salientou que poderiam ser adotadas algumas contribuições excecionais dos reformados: “O nível de vida dos reformados é superior ao dos trabalhadores“.

Lombard excluiu que o Governo esteja a considerar a possibilidade de conceder ajudas públicas às empresas afetadas pela guerra comercial lançada pelos Estados Unidos, porque não dispõe de margem orçamental para o fazer e porque “a economia francesa é sólida”.

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Chanceler alemão quer tarifas zero com EUA

  • ECO
  • 13 Abril 2025

O chanceler indigitado da Alemanha, o conservador Friedrich Merz, defende um acordo transatlântico de livre comércio entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos com tarifas “zero”.

O chanceler indigitado da Alemanha, o conservador Friedrich Merz, defende um acordo transatlântico de livre comércio entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos com tarifas “zero”, na linha do que foi expresso por Elon Musk. Numa entrevista ao diário económico Handelsblatt, Merz, que acaba de concluir um acordo de coligação com os sociais-democratas para formar governo em maio próximo, disse que foi um erro não ter conseguido levar a bom porto o TTIP (Transatlantic Trade and Investment Partnership), o grande acordo de comércio livre transatlântico.

Em vez disso, tivemos debates sem sentido sobre frango clorado. Olhando para o futuro: o comércio livre continua a ser necessário e a base da nossa prosperidade mútua. E sim, aguardo com expetativa um novo acordo de comércio livre transatlântico. Zero direitos aduaneiros para tudo. Isso seria melhor para ambas as partes“, afirmou.

As negociações entre a UE e os EUA sobre um acordo global de comércio e investimento, o TTIP, foram interrompidas por Trump em 2017, no início do seu primeiro mandato, e têm estado congeladas desde então.

Temos de abordar outras regiões do mundo com mais vigor do que no passado e fazer ofertas de cooperação e novos acordos de comércio livre. Chegou o momento da União Europeia.

Merz, que já defendeu um acordo de comércio livre com os EUA durante a campanha eleitoral, quer deslocar-se a Washington, embora ainda não haja uma data marcada para o efeito, disse, pois quer primeiro continuar as consultas estreitas que já iniciou sobre esta questão com os parceiros europeus.

O líder conservador considerou que os EUA “não vão passar à autossuficiência e dizer adeus a todos os mercados”, mas se acabarem por fazê-lo, a Europa deve “lembrar-se que o mundo não se resume aos EUA”. “Temos de abordar outras regiões do mundo com mais vigor do que no passado e fazer ofertas de cooperação e novos acordos de comércio livre. Chegou o momento da União Europeia“, afirmou.

Merz tem em mente países como o Canadá, o México, a Índia, o Japão, a Coreia do Sul e toda a região do Sudeste do Pacífico, até à Austrália e à Nova Zelândia.

O futuro chanceler alemão defendeu mais uma vez que o acordo de comércio livre com o Mercosul “deve entrar em vigor rapidamente”.

O líder da União Democrata-Cristã da Alemanha (CDU) defende, em todo o caso, perante as tentativas de Trump de dividir a UE, que a Europa deve falar a uma só voz sobre as tarifas impostas por Trump, mas confiou, nas palavras do próprio líder norte-americano, que o Velho Continente conseguirá fechar “um acordo” com a Casa Branca.

“Faremos ‘negócios’ quando servirem interesses comuns e não porque nos exigem. O setor dos serviços também faz parte do quadro geral. E se o incluirmos na balança de transações correntes entre os EUA e a Europa, então o défice já não é tão grande”, afirmou.

Questionado sobre se a Europa deveria comprar mais gás natural dos EUA, como exige Trump, Merz argumentou que a UE precisa de gás, incluindo dos EUA. “Afinal, queremos construir rapidamente centrais elétricas a gás com tecnologia CCS, ou seja, captura e armazenamento de CO2. Estamos a abandonar o compromisso unilateral com o hidrogénio, que ainda nem sequer temos“, afirmou.

Merz excluiu a possibilidade de criar uma nova dependência energética depois de se libertarem da Rússia. “Nós próprios temos algumas reservas de gás na Europa e podemos obter gás de muitas outras partes do mundo. A Alemanha continuará a ser um importador de energia primária. Mas devemos ter sempre vários fornecedores e não estar dependentes de um só“, defendeu.

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