Haitong: “Continuamos a gostar da Jerónimo Martins devido à liderança incontestável na Polónia”

Casa de investimento salienta final de ano bastante positivo para a retalhista nacional devido à polaca Biedronka. Ainda assim, manteve a avaliação e recomendação para os títulos da Jerónimo Martins.

Depois do JPMorgan, também o Haitong acredita que o final de 2016 foi bastante positivo para a Jerónimo Martins. A Biedronka deverá ter apresentado um bom desempenho na reta final do ano passado, com as vendas like-for-like (ajustadas do número de lojas) a acelerarem 10% no quarto trimestre “suportado pelo sucesso das campanhas promocionais, explorando o rendimento disponível adicional” das famílias polacas. Ainda assim, o bom momento não justifica a alteração da opinião por parte do ex-BESI para a retalhista portuguesa: mantém-se “neutra” em relação aos títulos que merecem a mesma avaliação de 16,7 euros que atribuía anteriormente.

“Notamos que, apesar do sólido final de 2016, deixamos as nossas previsões e o valor justo de 16,7 euros praticamente inalterados, apenas com uma ligeira melhoria das vendas like-for-like na Polónia a ser ofuscada pela desvalorização do zloty polaco”, refere Filipe Rosa, analista que assina a nota do Haitong. “Continuamos a gostar da Jerónimo Martins devido à liderança incontestável na Polónia, à oportunidade de crescimento a longo prazo na Colômbia e a uma rara combinação entre crescimento de dois dígitos dos resultados e elevada dividend yield. Contudo, tanto a nossa avaliação como os múltiplos de comparação apontam para um potencial de subida limitado e, por isso, reiteramos o nosso rating neutro'”, reforça o Haitong.

As ações da Jerónimo Martins estavam esta manhã a perder 0,32% para 15,59 euros, depois de ontem ter disparado mais de 5%, beneficiando da nota de investimento do JPMorgan Chase em que também antecipava um “forte final de ano”, as mesmas palavras que o Haitong utiliza no seu research. Em 2016, acumularam um ganho de quase 23%.

Polónia dá o mote

Os resultados da Jerónimo Martins no quarto trimestre deverão ter disparado 19% sobretudo suportada “pelo muito forte desempenho na Polónia“, onde o Haitong prevê que as vendas comparáveis tenham subida 10% e a margem do EBITDA — lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — tenha aumentado 25 pontos base.

“A nova oferta comercial juntamente com uma estratégia promocional mais agressiva da parte da nova gestão local permitiram à Jerónimo Martins aproveitar-se de uma parcela maior da carteira dos seus clientes e prevemos que a quota de mercado tenha crescido ainda mais, em 100 pontos base para 17,5%”, indica o Haitong, explicando que a Biedronka terá aproveitado da melhor forma a falência de algumas retalhistas polacas para reforçar a sua liderança naquele mercado.

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Foto: DRDR

Em relação a Portugal, esperam um crescimento menor das vendas like-for-like do Pingo Doce (1,8%), “depois de um verão invulgarmente forte” enquanto a grossista Recheio deverá ter mantido um crescimento de 6% das vendas.

E na Colômbia as vendas deverão ter mais do que duplicado perante a expansão da rede de superfícies comerciais, num mercado que “continua a ser pequeno” e onde o Haitong não espera que a “Jerónimo Martins realize alguma aquisição que mude o jogo”.

"A nova oferta comercial juntamente com uma estratégia promocional mais agressiva da parte da nova gestão local permitiram à Jerónimo Martins aproveitar-se de uma parcela maior da carteira dos seus clientes e prevemos que a quota de mercado tenha crescido ainda mais, em 100 pontos base para 17,5%.”

Haitong

Nota de investimento

“Porém, pensamos que isto (Colômbia) seja compensado com a sua dividend yield mais elevada e com o facto de a Biedronka parecer ser um dos vencedores de longo prazo num dos mercados de retalho mais atrativos na Europa, o que garante uma enorme visibilidade em relação aos seus resultados futuros”, frisa a casa de investimento.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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