Clima económico regista melhor valor do ano, mas não se traduz na atividade económica
Os empresários estão cada vez mais confiantes em relação ao futuro. Apesar disso, a atividade económica está a abrandar a recuperação registada este ano, após um pico em março.
O indicador de clima económico auscultado junto dos empresários está a subir em 1,5%, o maior valor em 2016. Este dado positivo, revelado pelo INE na Síntese Económica de Conjuntura divulgado esta segunda-feira, contrasta com o indicador de atividade económica que apresenta um ritmo de recuperação menor desde abril.
O sentimento dos agentes económicos continua a crescer principalmente devido aos números de confiança no comércio (6,4%) e serviços (7,9%). “O indicador de confiança do comércio aumentou em agosto pelo quinto mês consecutivo, atingindo o seu valor máximo desde agosto de 2000”, refere o INE.
A confiança pode estar a recuperar a um ritmo superior, mas os efeitos ainda não são visíveis na atividade económica. Este indicador quantitativo, o da atividade económica, está a abrandar desde um pico em março (2,3%), tendo registado 1,5% em julho.
O principal fator continua a ser o índice de produção da construção que “apresentou uma variação homóloga de -4,0% em julho, uma diminuição mais intensa que a verificada no mês anterior (-3,8%)”.
No entanto, podem chegar notícias positivas em breve. Isto porque o “indicador de confiança da construção aumentou em julho e agosto, retomando a tendência crescente iniciada em dezembro de 2012 e atingindo o seu valor máximo desde outubro de 2009″, explica o INE.
Investimento e consumo privado diminuem
“O indicador de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) diminuiu em julho, em resultado do contributo mais negativo da componente de construção e do contributo menos positivo da componente de material de transporte”, indica o Instituto Nacional de Estatística.
Tal como o investimento, também o consumo privado desacelerou por causa do “crescimento menos expressivo do consumo duradouro no último mês”, explica o INE. Além disso, é de relembrar que “o indicador de confiança dos consumidores diminuiu em agosto, pelo terceiro mês consecutivo”.
As notícias lá fora não são melhores. O INE avisa que o “saldo das opiniões dos empresários da indústria transformadora dos principais países clientes da economia portuguesa sobre a evolução da sua carteira de encomendas registou uma diminuição significativa em agosto, interrompendo o movimento ascendente iniciado em abril”.
Editado por Mariana de Araújo Barbosa
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