Em atualização Draghi: Portugal beneficia das políticas do BCE

Em audição na comissão dos Assuntos Económicos e Monetários, o governador do Banco Central Europeu deu o exemplo de Portugal como um dos beneficiários da política monetária de quantitative easing.

Portugal está a beneficiar da baixa taxa de juro aplicada à zona euro pelo BCE. A afirmação é de Mario Draghi, esta segunda-feira à tarde, na mesma comissão dos Assuntos Económicos e Monetários na terceira sessão das quatro previstas para este ano sobre políticas monetárias. No primeiro encontro pós-Brexit, Draghi diz que os efeitos da saída britânica “foram contidos”.

“As reduções das taxas de juro do BCE estão a beneficiar em grande medida países vulneráveis da zona euro, e a fragmentação dos custos de financiamento e as condições de empréstimo em diferentes países tem diminuído”, declarou Mario Draghi aos eurodeputados. O governador do BCE concretizou com um exemplo, onde incluiu Portugal.

"De outubro de 2012 a julho de 2016, o indicador compósito do preço de emprestar dinheiro para novos empréstimos a empresas não-financeiras diminuiu quase 287 pontos base em Portugal e 200 pontos base na Itália, em comparação com 117 pontos base para a zona euro como um todo”

Mario Dragi, presidente do Banco Central Europeu

Discurso na comissão dos Assuntos Económicos e Monetários

Efeito do Brexit estão contidos

A recuperação económica da zona euro está a ocorrer a um “ritmo moderado e estável”, classificou Draghi. No entanto, o governador do BCE admite que a recuperação perdeu “impulso” em comparação com o previsto em junho.

Apesar disso, o motivo aparente – a vitória do ‘sim’ para a saída do Reino Unido – não é dado como uma das razões. Draghi reconhece que ainda há risco, mas que o impacto inicial “foi contido”. Isto foi conseguido por causa de uma “preparação adequada” por parte do BCE e do Banco de Inglaterra, explicou.

O futuro vai depender do “timing, desenvolvimentos e resultados” das conversações entre a União Europeia e o Reino Unido quando o Artigo 50 for ativado. Mas Draghi deixa um aviso: a “integridade” o mercado único europeu tem de ser respeitada, notando que todos os participantes estão “sujeitos às mesmas regras”.

No discurso introdutório, o responsável do BCE garantiu que o programa de compra de ativos aos bancos vai continuar. O objetivo é aumentar a taxa de inflação dos atuais níveis baixos para, pelo menos, 2%. Este é um dos principais desafios da política de Mario Draghi, pois a inflação baixa é o “sintoma” da subjacente situação económica da zona euro.

Editado por Mónica Silvares

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