Marques Mendes sobre a CGD: “Desamparem a loja”

O comentador diz que que “já não é legitimo” os gestores da Caixa “estarem a empatar o jogo”

Marques Mendes sobre a CGD: “Desamparem a loja”O comentador da SIC foi o primeiro, há três semanas, a chamar a atenção para o facto de os gestores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) poderem não entregar as suas declarações de rendimento e de património junto do Tribunal Constitucional (TC).

Hoje, no comentário semanal na SIC, Marques Mendes diz que nesta altura já “não há uma terceira via”, ou seja, os gestores da Caixa ou “entregam [as declarações] ou saem”. Em linguagem popular, reforçou, “ou sim ou sopas”, lembrando que a polémica já leva três semanas.

E por que é que é o Presidente, e não o Governo, que está mais interventivo?

“Porque o Governo nesta matéria está paralisado. O ‘Governo de Centeno’ pensa uma coisa e o ‘Governo de Costa’ pensa outra coisa”, justificou Marques Mendes.

“O Presidente da República acha que isto ultrapassou o limite e achou que alguém tinha que representar o país”, acrescentou.

O que deve agora fazer António Domingues?

Marques Mendes aventa duas hipóteses:

  1. “Depois da decisão do TC de terça-feira [de notificar os gestores da Caixa] ele tem todo o direito de dizer que foi enganado. E tem direito de dizer que se vai embora”.
  2. “Apesar de não terem cumprido acordo [que terá feito com Mário Centeno], como está em causa o interesse público, ‘vamos apresentar as declarações’” ao TC.

Mas diz que “já não é legitimo é estarem a empatar o jogo. Ou é carne ou peixe. Desamparem a loja, deem lugar a outro”.

E o TC pode dar garantia de sigilo?

Uma das hipóteses em cima da mesa para resolver este imbróglio é os gestores da CGD entregarem as declarações ao TC e este aceitar mantê-las em sigilo.

“Mas para isso primeiro têm de apresentar a declaração. Acho que o deviam fazer já amanhã. Já não há paciência para isto”.

“Em relação aos dois estrangeiros [a administração da CGD têm dois membros estrangeiros], se invocarem razões de segurança, que já ouvi dizer, pode ser. Mas em relação aos portugueses não. Por que é que os gestores da Caixa haveriam de ter este privilégio?”, questiona Mendes.

O ex-líder do PSD sentencia ainda: “este prolongamento está a enfraquecer a Caixa e a minar a credibilidade [dos membros da administração] como gestores”.

E qual é a responsabilidade do Governo?

“Está a tentar passar nos pingos da chuva. Foi o Governo que os escolheu. É o Governo que tem de lhes dizer, ‘ou entregam e ficam, ou não entregam e saem’”.

“Se isto fosse com o Governo de Passos Coelho caía o Carmo e a Trindade. Se fosse com o de Santana Lopes, alguém já tinha pedido a dissolução do Parlamento”, diz Marques Mendes que acrescenta que neste caso o Governo “não está a ter oposição. Nunca vi uma oposição assim. Está muito fragilizada politicamente, deixa muito a desejar”.

E sobre o futuro do ministro das Finanças?

“Mário Centeno está em muito maus lençóis. Foi desautorizado por toda agente. Pelo Presidente da República, pelo Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares…”.

“E está num silêncio comprometedor. Mas acho que [Centeno] não vai sair por uma única razão: porque é muito difícil a este Governo encontrar um ministro das Finanças que seja credível”.

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