Compra da TVI pela Altice “quebra equilíbrio” no setor das telecoms, diz BPI

  • Rita Atalaia
  • 14 Novembro 2016

A Prisa quer vender a Media Capital e a Altice pode estar novamente interessada. Mas o BPI alerta que esta possível compra pode "quebrar o equilíbrio alcançado no setor das telecomunicações".

A Prisa voltou a colocar à venda a sua operação em Portugal, a Media Capital, através da qual detém a TVI, a produtora Plural ou a Rádio Comercial. O grupo espanhol já mandatou bancos de investimentos para procurarem comprador e a Altice não descarta o negócio. O BPI fala em “quebra do equilíbrio” no setor das telecoms caso este interesse se materialize.

O grupo espanhol Prisa quer alienar a Media Capital. O jornal Expresso avança (acesso pago) que o processo de reestruturação financeira que o grupo espanhol tem em curso levou a empresa a contratar dois bancos de investimento para procurar um potencial comprador. Fontes referem que a Altice pode estar interessada e BPI não está surpreendido. O banco diz numa nota de research que “a possibilidade de a Altice ser uma potencial compradora da Media Capital, como foi falado no passado, pode quebrar o equilíbrio alcançado no setor das telecomunicações“.

A Altice não quis comentar ao Expresso o seu possível interesse no negócio. No entanto, fontes da PT Portugal disseram ao jornal que a empresa quer crescer na área dos conteúdos a nível mundial e que não descarta estudar uma possível operação de compra no mercado português.

A possibilidade de a Altice ser uma potencial compradora da Media Capital, como foi falado no passado, pode pôr fim ao equilíbrio alcançado no setor das telecomunicações

BPI

Equipa de research

Já no início deste ano, a Altice, que comprou a PT Portugal, assumiu publicamente que está interessada em comprar media em Portugal. Armando Pereira, o acionista português da Altice, não escondeu o interesse do grupo em comprar projetos de media, ou mesmo comprar ou fazer um novo canal de televisão.

O Expresso diz que até ao fecho da edição de fim de semana, a administração do Grupo Prisa não esteve disponível para comentar o assunto. A administradora-delegada da Media Capital, Rosa Cullel, recusou-se a responder a persuntas sobre a possível venda da empresa, uma intenção que fontes da empresa disseram ser “especulação”.

Outro interessado poderá ser José Eduardo Moniz. O ex-diretor geral da TVI e atual vice-presidente do Benfica terá contactado nos últimos meses com potenciais investidores, nomeadamente chineses, para estudar a compra da Media Capital. Moniz desmente esta intenção. Um banco de investimento também tentou abordar potenciais investidores chineses, mas sem sucesso.

Fusões em Portugal? Analistas divididos

Neste campo, os analistas estão divididos. Nuno Mello, gestor da corretora XTB, defende que é mais provável que haja uma fusão de uma telecom com um grupo de media internacional do que nacional. “Apesar de haver alguns grupos de comunicação social importantes em Portugal como a Media Capital, Cofina e Impresa, a sua dimensão não se compara com os grandes conglomerados de media que há lá fora e portanto veria como mais provável e capaz de criar mais sinergias a fusão de uma telecom portuguesa com um grande grupo de media internacional do que com o português”, explica o gestor ao ECO.

Depois há quem defenda que as condições de mercado não são as melhores. “Atualmente, as condições de mercado não se revelam atraentes para uma possível fusão entre operadoras e empresas de media em Portugal, devido aos valores que estas operações originariam, e que se revelam elevados no enquadramento ainda relativamente anémico no segmento de publicidade (no caso dos media) e dos elevados investimentos em conteúdo futebolístico (no caso das operadoras), que constringem investimentos expressivos por qualquer um dos segmentos”, explica a equipa de research do BiG.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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