Like & Dislike: Por amor a Centeno… e à verdade

Se fizermos um esforço para esquecer a Caixa, a semana está a correr bastante bem a Mário Centeno.

Ao contrário do que esperavam os analistas, os números da economia surpreenderam pela positiva. E de que maneira. As estimativas rápidas do INE mostram que a economia cresceu 1,6% no terceiro trimestre face ao homólogo e 0,8% em cadeia.

As exportações (de bens e serviços) estão a crescer mais do que as importações e o consumo de bens não duradouros ajudou a que Portugal tivesse o melhor registo (em cadeia) da União Europeia.

Um brilharete que foi sublinhado na conferência de hoje de Pierre Moscovici que veio confirmar aquilo que já desconfiávamos: Portugal não será castigado com o congelamento de fundos estruturais, e o Orçamento para 2017, apesar dos “riscos de incumprimento”, passou no crivo de Bruxelas.

Depois de três semanas politicamente desastrosas na gestão do dossiê da Caixa Geral de Depósitos -– e que levou Marques Mendes a falar no ‘Governo de Costa’ e no ‘Governo de Centeno’ –- o ministro já merecia uma palmadinha nas costas.

Foi o que fez Costa: “Um ministro das Finanças que vai conseguir o melhor défice do país dos últimos 42 anos, que conseguiu (algo que toda a gente dizia que era impossível) uma autorização da Comissão Europeia para a capitalização a 100% da CGD, está fragilizado? Por amor de Deus, se há ministro das Finanças que deve sentir-se reforçado e a quem todos devemos reconhecer o trabalho extraordinário que tem feito é o professor Mário Centeno“.

Por amor a Deus, ou por amor a Centeno, ou simplesmente por amor à verdade, também convinha a António Costa não se esquecer que para que Centeno baixasse o défice de 4,4% (com Banif) para 2,4%, foi preciso que alguém antes o tivesse baixado de cerca de 10% para os 4,4%. O seu a seu dono.

Em relação à economia, não é por três meses que correram bem que se chega à conclusão que o modelo económico de Mário Centeno é ajuizado. Aliás, ainda ontem Teodora Cardoso veio alertar para “decisões destinadas a tirar partido imediato dos benefícios, sem criar compromissos num horizonte mais longo, cujo quadro político e financeiro permanece incerto”.

Independentemente disso, a semana correu bem a Centeno e por isso merece, senão o benefício da dúvida, pelo menos um like.

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