Lobo Xavier: Domingues tomou “posição coerente”

António Lobo Xavier diz que Domingues foi coerente na decisão de abandonar, já Pacheco Pereira realça que o governo esteve mal, especialmente o ministro das Finanças e o secretário de Estado.

António Domingues tomou a decisão de sair da liderança do banco público. Foi uma decisão que, diz Lobo Xavier, foi “coerente”, apesar de deixar a CGD numa situação de vazio que tem de ser rapidamente resolvida, na perspetiva de Jorge Coelho. Quem teve a culpa em todo este processo? Pacheco Pereira aponta o dedo ao ministro das Finanças e ao secretário de Estado do Tesouro.

“É muito raro em Portugal ver pessoas que abandonam os lugares em que estão por questões de convicção, dignidade ou de honra. É muito raro. Ninguém larga os lugares. O dinheiro fala sempre mais alto“, disse Lobo Xavier na Quadratura do Círculo, da SIC Notícias. E por isso mesmo, enaltece a decisão que António Domingues tomou de sair da CGD.

É muito raro ver um homem que, enfim, que em relação às suas convicções, às condições que pôs, às que recebeu, toma uma posição coerente e abandonou. Apesar de ter deixado o projeto da sua vida para abraçar o da Caixa, larga-o”, sublinha. A obrigatoriedade de entregar a declaração de património ao Tribunal Constitucional, ao contrário do que lhe tinha sido assegurado, levou Domingues a sair.

A CGD vai ficar sem presidente no final deste mês. Até lá, Domingues ainda vai tratar do malparado, passo essencial para se avançar com a recapitalização do banco. Jorge Coelho diz que a “estratégia esteve e está correta. E espero que continue a ser desenvolvida. Agora, isto correu mal. Correu mal”, notou, acrescentando que “é preciso encontrar rapidamente — não pode haver grandes vazios — outra equipa que formate aquilo que é o objetivo que o Governo definiu”, salientou. Governo que, na perspetiva de Pacheco Pereira, tem culpas neste processo.

O Governo “esteve mal. Esteve pessimamente. Todo o Governo… Quer se queira quer não, houve numa primeira fase uma aceitação de cima a baixo a aceitação para garantir esta equipa de gestão de condições que não eram legais ou claramente constitucionais”, notou.

Portanto, diz Pacheco Pereira, o “Governo tem uma grande responsabilidade no que aconteceu, principalmente o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o secretário de Estado [Mourinho Félix] que participou na negociação. Quer se queria quer não, aquele acordo nunca se deveria ter feito nos termos em que foi”.

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