Defesa da educação não se faz apenas com boa vontade, é preciso investimento

  • Lusa
  • 25 Dezembro 2016

Marisa Matias reagiu à mensagem de Natal do primeiro-ministros, salientando que é preciso investir na educação. Diz que o país não pode pagar "mais em juros da dívida" do que na educação.

A eurodeputada do Bloco de Esquerda, Marisa Matias afirmou hoje, em reação à mensagem de Natal do primeiro-ministro, que a defesa da educação não se faz apenas “com boa vontade”, é necessário investir.

A defesa da educação não se faz apenas “com boa vontade ou com medidas pontuais. É preciso investimento”, disse a eurodeputada bloquista, sublinhando que o país continua a pagar “mais em juros da dívida” do que aquilo que gasta com o orçamento global para a educação.

“Precisamos de libertar recursos”, reivindicou Marisa Matias, que falava na sede do Bloco de Esquerda de Coimbra, em reação à mensagem de Natal do primeiro-ministro, António Costa, que considerou hoje a educação como a principal prioridade das famílias e da sociedade.

No entanto, a eurodeputada do BE reconheceu que o Governo assumiu um compromisso “com a escola pública”, nomeadamente quando “decidiu começar a cessar os contratos de associação ou medidas como a gratuitidade dos manuais escolares”.

Apesar do compromisso assumido, Marisa Matias vincou que o “eterno problema” centra-se nos “recursos disponíveis”, com o país a ter um “saldo primário muito elevado”, mas sem poder usufrui-lo.

“A renegociação da dívida é uma questão absolutamente central”, permitindo ao país “libertar recursos” para poder investir, nomeadamente na educação, notou.

Na reação do BE ao discurso de António Costa, a eurodeputada frisou ainda que 2016 “provou que era possível fazer melhor do que se fez nos anos anteriores”, referindo que o Governo tem de provar “de que se pode fazer melhor em 2017”.

“Estamos contentes, mas não estamos ainda satisfeitos”, resumiu, deixando ainda alguns desafios para o executivo socialista: um investimento sério na cultura, o fim das parcerias público-privadas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), combate à precariedade não só no setor público como no privado e ainda um incremento da contratação coletiva.

Na sua mensagem de Natal enquanto líder do Governo, António Costa optou por inovar, gravando a sua intervenção não como habitualmente a partir da residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, mas sim tendo como palco o Jardim de Infância do Lumiar, em Lisboa.

“Quero assim sublinhar que – tal como no Natal – as crianças têm de estar todos os dias no centro das nossas preocupações e que a sua educação tem de ser a primeira das nossas prioridades, enquanto famílias e enquanto sociedade”, justificou António Costa.

Na sua mensagem, o primeiro-ministro sustentou que o conhecimento “é a chave do futuro”, razão pela qual o seu executivo fixou como “objetivo fundamental generalizar o ensino pré-escolar a todas as crianças a partir dos três anos de idade” e “lançar o programa Qualifica, dirigido especialmente à educação e formação dos adultos”.

António Costa defendeu ainda que a pobreza e a precariedade laboral são “as maiores inimigas de uma melhor economia”.

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