E a personalidade do ano foi…

  • Ana Luísa Alves
  • 29 Dezembro 2016

Quem marcou o ano que esta semana se encerra? E porquê? O ECO foi tentar saber junto de uma reformada, uma desempregada, um estudante, uma professora e uma criança quem foi a personalidade de 2016.

Para uns é mais fácil, para outros pode levar uns minutos. Quando questionados sobre o nome que mais marcou o ano, as respostas dividem-se. Há dois portugueses na lista, e nenhuma mulher a destacar. Pelo menos para as cinco pessoas entrevistadas pelo ECO.

Donald Trump

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Margarida Silva tem apenas 11 anos, mas tinha na ponta da língua o nome da pessoa que, para ela, marcou o ano: Donald Trump.

Margarida está no sexto ano de escolaridade e acompanha as notícias na internet e com a mãe, jornalista e editora da secção de política no Diário de Notícias. Para ela, o mais recente Presidente eleito nos Estados Unidos tornou-se “famoso por discriminar as pessoas, por serem gays ou de raça negra”.

É já em janeiro que Donald Trump toma posse e Margarida considera que, no próximo ano, ainda vai dar que falar por bons e maus motivos. “Os maus é por poder continuar a discriminar as pessoas, os bons é por poder aprovar alguma lei que venha a ser boa para os norte-americanos”, explicou ao ECO.

Mas Margarida vai mais longe e revela aquele que, para ela, vai ser o maior desafio do Chefe de Estado eleito: “Tentar agradar às pessoas”.

Papa Francisco

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O Papa Francisco é a pessoa que ainda mantém alguma esperança na humanidade, quando até nós mesmos já desistimos, de certa forma, da ideia de que algo pode mudar”, explicou Inês Carvalho ao ECO.

Inês tem 22 anos, é licenciada em Gestão de Lazer e Animação Turística, mas neste momento está desempregada. Para ela a personalidade do ano foi o representante máximo da Igreja Católica por ser aquele que “pensa nas pessoas, em cada uma delas na sua individualidade, como seres humanos, e não apenas como trabalhadores, ou qualquer outra etiqueta que se possa colocar em alguém“.

“É isso que faz falta a todos nós, olharmo-nos uns aos outros para além da nossa profissão ou estatuto, mas sim como pessoas. As pessoas estão muito preocupadas com os rendimentos e com os bens que possuem, e não dão valor a atitudes e gestos que só por si podem fazer a diferença na vida de qualquer pessoa”, acrescentou.

Para Inês, aquilo que o Papa Francisco tem feito leva quem não é crente a acreditar no que diz. Para o ano, e à semelhança do que tem acontecido desde que foi eleito, em 2013, Inês espera que o Papa Francisco se continue “a destacar e a dar que falar por tudo aquilo que defende, e pela força com que acredita nos seus ideais“.

Marcelo Rebelo de Sousa

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Tiago Paiva tem 22 anos, e é estudante de História, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Para ele, a personalidade do ano foi Marcelo Rebelo de Sousa, eleito Presidente da República em março. E porquê?

“Pela forma como uniu em torno de si um povo que precisava de uma figura na qual se centrar e na qual encontrar a sua força para sair da miséria geral”, explicou Tiago ao ECO. “O Presidente destaca-se pela sua popularidade, de um lado ‘bom’ pela sintonia com o Governo, de um lado ‘mau’ pelo mau estar que cria, por vezes, no seio do partido”, acrescentou o estudante.

Será inevitável que Marcelo Rebelo de Sousa continue a dar que falar no próximo ano. Mas, para Tiago, será a “irreverência presidencial e quebras de protocolos” do atual Presidente da República que o vão distinguir em 2017. Além disto, o grande desafio que Marcelo Rebelo de Sousa pode vir a enfrentar será a “coesão social e política”, explico Tiago ao ECO.

António Guterres

Uma das pessoas que mais deu que falar em 2016 foi António Guterres, eleito em outubro para o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas. É o nono representante da organização e para a professora Ana Paula Oliveira, foi a personalidade do ano.

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A escolha de Paula prende-se com a “capacidade de confrontar os interesses económicos, políticos e geoestratégicos das grandes potências mundiais na forma como têm vindo a lidar com o esmagador movimento de pessoas fugidas da guerra, da fome, da perseguição política, da tortura e da morte” do atual secretário-geral. “António Guterres destaca-se com a “denúncia discreta, mas contundente, das situações de injustiça que grassam pelo mundo das quais são vítimas seres humanos como nós, com direito à vida e a um futuro melhor”, acrescenta a professora.

E ao que tudo indica, António Guterres vai ser novamente uma das personalidades do ano que vem, devido à posição com que assumiu o cargo. “Guterres conseguiu, por si só e rompendo os esquemas de manipulação da escolha que sempre caracterizaram e desacreditaram a ONU, ser nomeado por aclamação secretário-geral, batendo rivais muito fortes politicamente, alguns escolhidos em último momento, por motivos políticos”, explicou Ana Paula ao ECO.

Para a professora, o grande desafio que Guterres enfrenta daqui para a frente passa por “dignificar a ONU enquanto organização que deve servir interesses supranacionais em nome da defesa dos direitos humanos, da paz e da autodeterminação dos povos”.

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Leonor Marmelo tem 67 anos e não foi preciso pensar muito para escolher Guterres como a personalidade do ano. A razão é só uma, “ter sido eleito como o novo secretário-geral das Nações Unidas de entre tantos países, e esse cargo é muito importante na vida daqueles que sofrem”.

Para o futuro, Leonor considera que o maior feito de Guterres pode passar por “negociar certas coisas, acabar com a guerra na Síria e dar apoio a todas as vítimas e todos os países envolvidos”, acrescentou.

Editado por Mónica Silvares

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