BPI aumenta lucros para 313,2 milhões de euros

O banco liderado por Fernando Ulrich, que está a ser alvo da OPA do CaixaBank, encerrou exercício do último ano com lucros de 313,2 milhões de euros. É um aumento de 32,5% face a 2015.

O BPI fechou 2016 com lucros de 313,2 milhões de euros. Este resultado representa um aumento de 32,5% face ao exercício do ano anterior, tendo superado largamente as expectativas dos analistas à custa, em grande parte, da quebra nas provisões e do aumento dos lucros na atividade internacional. O contributo do BFA para as contas do banco liderado por Fernando Ulrich foi o mais elevado de sempre.

A expectativa dos analistas consultados pela Bloomberg era de que o BPI apresentasse um lucro de 244 milhões de euros relativo ao exercício de 2016, acima dos 236,4 milhões registados no ano anterior. O CaixaBI antecipava um valor mais expressivo: 266 milhões de euros, antecipando um aumento de dois dígitos na margem financeira.

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O banco explica, em comunicado enviado à CMVM, que o contributo da atividade doméstica aumentou em 58%, ascendendo a 147 milhões de euros. Já o contributo da atividade internacional aumentou 16%, continuando a representar a maior “fatia”: 166,3 milhões de euros.

No mercado nacional, é de destacar o crescimento expressivo da margem financeira (14,3%), num contexto de queda dos custos, mas especialmente a forte quebra nas provisões para créditos em incumprimento (-68,1%). No caso da atividade internacional é de salientar o forte contributo do BFA. “O lucro líquido do BFA atribuível ao BPI de 162,7 milhões de euros é o mais elevado de sempre”, refere o banco liderado por Fernando Ulrich.

BFA já rendeu 945 milhões

O BPI vendeu 2% do BFA à Unitel para “solucionar a situação de ultrapassagem do limite dos grandes riscos com que o Banco BPI estava confrontado, resultante da exposição do BFA a dívida pública angolana”, refere no comunicado dos resultados. Esta “operação de venda dos 2% do BFA será contabilizada no primeiro trimestre de 2017“, nota.

Atualmente, o banco detém 48,1% do capital do BFA e a Unitel 51,9%. Esta posição está valorizada nos capitais próprios em 449 milhões de euros, diz o banco, salientando que “o investimento de 3,3 milhões de euros no BFA em 1993 gerou, em 23 anos, um retorno de 945 milhões de euros“.

Dívida subordinada para cumprir rácio

Perante os resultados obtidos, a 31 de dezembro de 2016, o rácio Common Equity Tier 1 (CET1) estava em 11,4%, numa base “phasing in” (ou seja, com base nas regras aplicáveis em 2016), sendo de 11,1% com as regras totalmente implementadas. Em ambos os casos, o banco registou uma evolução positiva, mas para passar no teste à qualidade dos ativos do BCE, terá de emitir dívida subordinada.

“Tendo em conta os valores observados em 31 de dezembro de 2016, ajustados pelos factores ‘phasing-in’ 2017 e pela venda de 2% do BFA, o banco cumpre os novos rácios mínimos exigidos em matéria de CET1 e Tier 1”, refere o BPI. “Para um rácio de capital total de 12% (mínimo de Supervisory Review and Evaluation Process de 11,75% mais 0,25%), é necessária a emissão de dívida subordinada no valor de 206 milhões de euros“, salienta o banco.

“A blindagem dos estatutos do BPI e a ultrapassagem do limite dos grandes riscos pelo BFA foram fatores que pesaram negativamente na avaliação do SREP do BPI. É nosso entendimento que, estando resolvidas estas duas questões, o rácio de capital exigido ao BPI no âmbito do SREP deverá ser mais baixo“.

(Notícia atualizada às 17h32).

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