Novo Banco duplica maioria das comissões das contas à ordem a partir de abril

  • Lusa
  • 31 Janeiro 2017

Os clientes do Novo Banco vão sentir a nova política de preços já em abril. De acordo com o novo preçário, a que a Lusa teve acesso, a maior parte das comissões duplica.

O Novo Banco vai aumentar os custos para os clientes, com destaque para as comissões das contas à ordem que a partir de abril chegam a duplicar, segundo o novo preçário enviado aos clientes a que a Lusa teve acesso.

O Novo Banco aumenta as comissões em 18 contas de depósitos à ordem com efeito a partir de 16 de abril, como por exemplo na conta Novo Banco 100% (com bonificação) que passa de 1 euro para 2,5 euros por mês. Já quem tenha a conta Novo Banco 360.º (com bonificação) passará a pagar 3,75 euros, em vez de 1,5 euros.

Ainda nas contas de depósito, são reduzidas as taxas de juro oferecidas (taxa anual nominal bruta) pela instituição financeira que passam em alguns casos para 0,0%.

As alterações ao preçário estendem-se a muitos outros serviços que o banco liderado por António Ramalho presta, como as comissões de ‘leasing’ mobiliário e imobiliário, cheques, garantias bancárias e operações com valores mobiliários.

No crédito à habitação, por exemplo, a comissão de liquidação de prestação passa de 2,15 para 3,50 euros por mês, entrando em vigor já a 18 de março. Também aumentam alguns dos valores cobrados nas transferências para contas de outros bancos: as transferências periódicas não urgentes passam de 3,75 para 5 euros quando sejam de plano fixo e de 3,90 para 5,50 euros quando sejam de plano variável, em ambos os casos em montante inferior a 50.000 euros.

É habitual os bancos alterarem os preçários, pelo menos uma vez por ano, atualizando os preços das comissões, despesas, bem como das taxas de juro, cobrados nos produtos e serviços disponibilizados. Em meados de janeiro, também a Caixa Geral de Depósitos (CGD) divulgou o novo preçário junto dos seus clientes, com alterações que produzirão efeitos a partir de abril.

O Novo Banco foi o banco de transição criado em 3 de agosto de 2014 para ficar com os ativos considerados menos problemáticos do Banco Espírito Santo (BES), então alvo de uma medida de resolução. No entanto, apesar de ter nascido como o ‘banco bom’ do ex-BES, acumula 1.800 milhões de euros de prejuízos desde a sua criação até setembro de 2016, data dos últimos resultados conhecidos, sobretudo devido ao ‘legado’ com que ficou do BES.

O banco está neste momento em processo de venda, ainda não havendo indicações de quando será concluído. Depois de o primeiro processo, lançado em setembro de 2015, ter sido cancelado com o Banco de Portugal a considerar que nenhuma proposta apresentada era interessante, no início de 2016 arrancou o segundo processo, que ainda continua.

De acordo com a imprensa, o fundo chinês Minsheng tinha a melhor proposta financeira mas não apresentou provas de que conseguiria pagar o montante oferecido, devido às restrições de movimentação de divisas na China, tendo passado para a frente das negociações o fundo norte-americano Lone Star, que chegou a exigir garantias estatais, o que o Governo não quer aceitar.

Na corrida está ainda oficialmente o fundo norte-americano Apollo/Centerbridge, que tem sido muito discreto num posicionamento sobre este tema.

A imprensa tem dado conta de que há mais interessados na instituição, nomeadamente investidores portugueses, que se poderão aliar às propostas já existentes.

Segundo o acordo feito com a Comissão Europeia, as autoridades portuguesas têm até agosto de 2017 para encontrar comprador para o Novo Banco.

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