EOnetwork: “Incluir esta rede em Portugal é um ótimo sinal”

A EOnetwork, para líderes de startups que faturam mais de um milhão por ano, já chegou a Portugal. O ECO falou com alguns responsáveis que explicam o conceito, as expectativas e os objetivos.

Da esquerda para a direita: Miguel Santo Amaro, Pedro Janela, João Vasconcelos e Tim Vieira.DR

A EOnetwork já está em Portugal. Será mais uma porta escancarada aos empreendedores portugueses, mas não para todos: só podem entrar os proprietários de empresas que faturaram mais de um milhão de euros no último ano fiscal, ou que tenham tido rondas de financiamento superiores a dois milhões de euros. É uma rede de networking com mais de 12 mil membros. A abertura do chapter português foi assinalada a 25 de janeiro, num jantar no hotel Pestana Palace, em Lisboa.

Um chapter é como uma delegação da EOnetwork num país. O recém-criado capítulo português começou por ser dinamizado por Pedro Janela, empreendedor e líder do WY Group, que no último ano, em conjunto com o jovem empreendedor Miguel Santo Amaro, juntou 17 membros em Portugal. Para os membros, Pedro Janela é champion. A Miguel Santo Amaro chamam presidente.

O ECO esteve na cerimónia de lançamento e entrevistou Miguel Santo Amaro. O responsável pela Uniplaces, que quadruplicou receitas em 2016, explicou o que quer fazer com mais este projeto que agora tem em mãos: “Acaba por ser mais um passo importante na internacionalização do hub que Portugal e Lisboa, neste caso específico, hoje representam no mundo.” A ideia é chegar aos 100 membros em Portugal até 2020. Será possível? “Não vai ser fácil, mas é também esta ambição que começa a mudar Portugal. Queremos pensar grande, a partir deste retângulo no canto da Europa”, disse, classificando a chegada da EOnetwork como “mais um marco importante no ecossistema empresarial português”.

Questionado sobre que mais-valia trará esta rede para uma empresa como a Uniplaces, Miguel Santo Amaro não esconde a importância do networking: “Estes contactos de novos negócios, de novos conhecimentos, desta partilha constante, é importante não só para o indivíduo Miguel Amaro, para a organização Uniplaces e para a própria cidade, que vai beneficiar também destes empresários a comunicarem uns com os outros”, indicou.

É também a opinião de Pedro Janela, promotor da iniciativa desde a primeira hora: “A mais-valia é a internacionalização. Ter acesso global com um telefonema. Ir para países desconhecidos, em que não conhecemos ninguém, é muito difícil. Aqui, basta pegar no telefone, enviar um email e toda a gente responde no minuto a seguir”, garantiu.

Por detrás da chegada da EOnetwork a Portugal está ainda outro detalhe: a possível realização em Portugal do evento Global Leadership Conference em 2020. É o encontro geral da rede, que se propõe a trazer ao país “quatro mil pessoas” vindas de todo o mundo, avançou Pedro Janela: “São quatro mil empreendedores, maduros, que se vão reunir em Portugal, espero eu, para discutir o futuro da rede e para aumentar ainda mas a rede.”

Recuando um pouco, antes mesmo de Pedro Janela e Miguel Santo Amaro pegarem na ideia para lhe dar forma, houve um nome: João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, que, segundo o champion português, “foi o responsável por a EOnetwork estar em Portugal”. “Foi o João [Vasconcelos] que deu o meu nome e o do Miguel Santo Amaro”, contou Pedro Janela.

O facto é que João Vasconcelos também marcou presença no evento de lançamento no Pestana Palace. “Existirem espaços e fóruns onde os empresários partilham as suas experiências, partilham como é que eles, confrontados com aquele problema, o resolveram, é muito útil. Incluir esta rede em Portugal é um ótimo sinal”, garantiu João Vasconcelos, em entrevista ao ECO.

Agora, com a rede a passar também por Portugal, como é que o Governo pode ajudar? “De muitas formas”, garantiu o secretário de Estado. “Para já, criando o ambiente certo. É isso que temos tentado fazer com a Startup Portugal, com a rede de incubadoras, com os 400 milhões com investimento com capitais de risco e business angels, com o Programa Semente, os benefícios fiscais para quem investe neste género de empresas e com os programas internacionais de parceria entre Startup Portugal, Startup Índia, Startup Brasil, Startup Macau, etc. Há muito a fazer mas, essencialmente, o papel é criar o ambiente certo”, concluiu.

Foi já num dos corredores que o ECO se cruzou com Tim Vieira, presidente executivo da Brave Generation, conhecido dos portugueses como um dos tubarões do programa “Shark Tank” da SIC. A empresa de Tim Vieira é um dos 17 membros que arrancam o capítulo português: “Estou muito contente em ser parte da EO em Portugal. É a segunda vez que estou envolvido. Já fiz um contacto espetacular, que ficou amigo e investidor, que é da Alemanha, através da EO”, contou.

Ficou por falar do elefante na sala: o facto de o chapter português arrancar apenas com empresas lideradas por homens. Foi a Tim Vieira que o ECO fez a pergunta: porquê? A resposta: “Estamos mesmo à procura de senhoras que também querem fazer networking, querem ser entrepreneurs.” E terminou: “O sucesso de Portugal está mesmo nas mãos das mulheres. São muito bem-vindas.”

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