Alemanha: inflação volta a subir em janeiro
Os preços no consumidor avançaram 1,9% em janeiro, comparando com o período homólogo.
A inflação continua a subir na maior economia europeia. De acordo com o Destatis, os preços no consumidor avançaram 1,9% em janeiro na Alemanha, comparando com o mesmo período de 2016. A última vez que a taxa de inflação atingiu este valor foi em julho de 2013, indica o gabinete de estatística alemão.
A taxa continua em crescimento, depois de dezembro ter marcado um aumento de 1,7%. Ainda assim, comparando com dezembro, o índice de preços no consumidor recuou 0,6% em janeiro. Um desempenho justificado pelo aumento dos preços do petróleo. O Destatis nota, num comunicado publicado esta terça-feira, que os preços da energia evoluíram 5,9% no primeiro mês do ano, comparando com o mesmo período de 2016.
A inflação de 1,9% aproxima-se assim da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE), o que pode abrir caminho a um eventual aumento de juros. Recorde-se que a inflação crescente já levou vários economistas e responsáveis políticos a apelar a Mario Draghi para pôr um travão ao seu programa de estímulos de 2,3 mil milhões de euros que passa pela compra de obrigações. O programa deverá durar até ao final de 2017, mas é sempre possível ser prolongado.
Também hoje, o gabinete oficial de estatísticas apresentou dados da economia alemã, que “continuou o seu crescimento moderado no final de 2016”. O PIB avançou 0,4% nos últimos três meses do ano, face ao trimestre anterior, indicam os dados ajustados de sazonalidade. Um valor que fica abaixo da estimativa anterior, de 0,5%, nota a Bloomberg. O avanço contou com contributo positivo da procura interna mas também foi penalizado pela evolução do comércio internacional. No conjunto de 2016, a economia cresceu 1,9% ou, corrigida de sazonalidade, 1,8%.
O crescimento foi motivado sobretudo pela procura interna, já que o consumo público aumentou “significativamente” face ao terceiro trimestre, revelou o organismo de estatísticas alemão. Também o investimento na construção apresentou um desempenho robusto. A balança comercial pesou negativamente no crescimento já que as importações aumentaram mais do que as exportações.
Os economistas esperam que o crescimento alemão se mantenha robusto este ano, mas alertam para os riscos que a incerteza relativamente às relações comerciais com o Reino Unido e com os Estados Unidos podem representar. Entre os fatores de risco está também o crescente sentimento antieuropeu em vésperas de eleições na Alemanha, França e Holanda que pode afetar negativamente as despesas dos consumidores e o investimento das empresas.
A Comissão Europeia reviu em alta, esta segunda-feira, as previsões para o PIB alemão, que crescerá 1,6% em 2017. A maior economia da zona euro deverá ver o seu crescimento sustentado pelas melhorias no mercado de trabalho, nas exportações e também no setor da construção. A taxa de desemprego deverá ficar em 4,1% e a inflação em 1,9%, de acordo com Bruxelas.
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