EUA: 26 milhões de americanos vão perder plano de saúde até 2026

  • Juliana Nogueira Santos
  • 14 Março 2017

Novos dados apontam para que o número de americanos que vão ficar sem plano de saúde sejam maior que o esperado. E os críticos não demoraram a surgir.

O tão esperado plano de saúde que substitui o Affordable Care Act foi apresentado há exatamente sete dias, mas o impacto pode ser bem diferente do esperado. Segundo um estudo da própria Casa Branca a que o Politico teve acesso, 26 milhões de americanos ficarão sem plano de saúde na próxima década à luz das regras do American Health Care Act.

Esta mesma conclusão já tinha sido atingida pelo Congressional Budget Office, um departamento apartidário do Congresso que analisa decisões orçamentais, cuja análise deu a perceber que 24 milhões de americanos iriam ficar nesta situação em 2026 e 14 milhões já no próximo ano. Ainda assim, a análise do próprio Governo são bem mais pessimistas.

Esta diminuição dever-se-á a três fatores: os benefícios fiscais que vêm substituir os subsídios atribuídos pelo Obamacare vão ser menos generosos, deixará de existir uma multa para aqueles que não tenham um plano de saúde e haver estados a tornar mais difícil o acesso ao Medicaid, o plano de saúde que abrange os mais pobres.

Assim, e segundo os dados da Casa Branca, 17 milhões vão deixar de ser abrangidos pelo Medicaid, seis milhões vão abandonar os seguros pessoas e três milhões vão deixar de ter cobertura através do trabalho.

Críticas vêm da esquerda e da direita

As críticas dos democratas eram de esperar: o Affordable Care Act foi considerado a grande vitória dos oito anos de mandato de Barack Obama na Casa Branca, com o Partido Democrata a conseguir deixar aí a sua marca. O afastamento e substituição do Obamacare por outra lei nunca foi percecionado como algo exequível por parte da atual oposição e assim continua.

Nancy Pelosi, líder dos democratas na Câmara dos Representantes e voz dessa mesma oposição, afirmou: “Estão a implementar a maior transferência de riqueza da história. Em termos da cobertura do seguro é imoral. Em termos de dar dinheiro aos ricos à custa de famílias trabalhadoras é indecente e errado”.

Mas não é só o outro lado da barricada que critica. Os republicanos, por diferentes motivos, não ficaram completamente satisfeitos com o programa apresentado, afirmando que não é suficiente para acabar com os problemas do sistema de saúde americano.

Também Paul Krugman, Nobel da economia e acérrimo crítico do plano económico do novo Presidente, teve uma palavra, ou melhor, vários tweets a acrescentar a esta discussão. Numa série de sete tweets, o economista constatou que não estão a pensar na classe trabalhadora e nas próprias pessoas que votaram em Trump, e que “a primeira e mais importante iniciativa legislativa é estúpida e cruel.”

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