Álvaro Nascimento: “Aumento de capital da CGD foi suficiente”

  • Rita Atalaia
  • 15 Março 2017

O ex-chairman da CGD contraria as declarações feitas por Nogueira Leite de que o aumento de capital feito em 2012 foi insuficiente. Este reforço permitiu que a Caixa respondesse aos "compromissos"

Álvaro Nascimento diz que o aumento de capital feito em 2012 na Caixa Geral de Depósitos (CGD) permitiu que o banco cumprisse os seus compromissos. O ex-chairman refere ainda que os riscos associados ao crédito, taxas de juro e capital eram temas discutidos, mas não a liquidez. “A Caixa nunca teve grande pressão do ponto de vista da liquidez”, esclarece o antigo responsável do banco, na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa. Isto depois de António Nogueira Leite ter dito, enquanto ex-vice-presidente da Caixa, que o reforço de capital feito foi insuficiente.

Álvaro Nascimento, ex-chairman da CGDPaula Nunes/ECO

A Caixa anunciou em dezembro de 2012 um aumento de capital de 1.650 milhões de euros. O ex-chairman da Caixa diz que o aumento de capital foi “suficiente” e pareceu “adequado”, permitindo que o banco cumprisse os alvos com que se comprometeu. Compromissos que incluíram o aumento do crédito cedido às pequenas e médias empresas e permitir que a Caixa se tornasse num bastião no sistema financeiro. “Os rácios de capital aumentaram de forma esperada e inesperada”, nota Álvaro Nascimento à CPI sobre a gestão da CGD. Por isso, discorda “da tese” de que este reforço foi insuficiente, acrescenta.

As declarações são feitas depois de António Nogueira, ex-vice-presidente da CGD, ter dito na audição anterior que o banco precisava de mais capital. Uma ideia que já foi contrariada por Vítor Gaspar. O ex-ministro das Finanças diz não concordar com a ideia de que a recapitalização de 2012 não foi suficiente. “Não concordo! Em síntese, não obstante os constrangimentos impostos pelas regras europeias em matéria de ajudas de Estado, foi possível incluir uma margem de segurança de cerca de 350 milhões de euros”, defende.

Já o ex-chairman refere que os riscos associados ao crédito, taxas de juro e capital foram temas tratados. Mas não a liquidez. Álvaro Nascimento diz que o banco recorreu à ajuda do Banco Central Europeu e resolveu os problemas de liquidez. “A Caixa nunca teve grande pressão do ponto de vista da liquidez”, nota.

Já o tema da capitalização da Caixa sempre foi uma preocupação, diz aos deputados. “Seria irrealista” não estar atento a esta questão, refere. “Desde o início, o tema da capitalização esteve em cima da mesa com o ministério.”

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