Carlos Costa: Salgado já não era idóneo em janeiro de 2014

O governador do Banco de Portugal disse a Ricardo Salgado, em janeiro de 2014, que já não tinha condições para continuar no BES. E que, diz, seria responsabilizado pelos atos na área não financeira.

O governador do Banco de Portugal diz que foi em janeiro de 2014 que fez saber a Ricardo Salgado que já não tinha condições para se manter à frente do Banco Espírito Santo (BES). Na comissão de Orçamento e Finanças (COFMA) sobre a atuação do banco central na resolução do BES, Carlos Costa diz que lembrou Salgado que tinha de assumir as responsabilidades resultantes dos atos na área não financeira.

Carlos Costa esclarece que foi logo no início de 2014 que retirou a idoneidade a Ricardo Salgado. Na comissão sobre a atuação do Banco de Portugal no processo de resolução BES, a deputada bloquista Mariana Mortágua recorda a última audição de Carlos Costa, em que lhe perguntou se não retirou a idoneidade a Ricardo Salgado porque não podia ou porque não queria. Na altura, Carlos Costa disse que não podia, face à legislação de então.

“Mantém essa resposta?”, pergunta a deputada do Bloco de Esquerda. Carlos Costa responde: “O objetivo do Banco de Portugal é assegurar o melhor governo das instituições. Nem sempre aquilo que se ambicionava era possível”. Mariana Mortágua insiste: “Alguma vez disse a Ricardo Salgado que ele já não tinha idoneidade?” “Claro que sim”, confirma Carlos Costa. E quando disse isso? “Em janeiro de 2014?”, pergunta Mortágua. “Exatamente”, diz o governador. Então, por que não agiu antes? “Uma coisa é ter a presunção, outra coisa é ter a confirmação legal”, afirma o governador.

Carlos Costa dá mais detalhes sobre a conversa com Salgado: “Em 17 de janeiro de 2014, lembrei a Ricardo Salgado que os atos que praticava fora da área financeira eram avaliados por questões de idoneidade. Tinha de assumir as responsabilidades resultantes” desta área.

O governador está no Parlamento pouco mais de dois anos depois da falência do BES. O governador explica, numa primeira fase da audição, a definição de perímetros e medidas tomadas no âmbito do processo de resolução do Banco Espírito Santo e a situação atual do Novo Banco. Numa segunda parte, prestará contas sobre a atuação do banco central na resolução do banco que faliu no verão de 2014.

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