Quase metade das compras dos portugueses é em promoções

  • Juliana Nogueira Santos
  • 11 Abril 2017

As compras de produtos em promoção corresponderam a 44,8% do total de vendas em 2016. Os dados são da APED que justifica estes valores com os hábitos dos consumidores.

Os portugueses aproveitam mais as promoções para comprarem os produtos alimentares. O volume de vendas de produtos alimentares em promoção perfez 44,8% do total de vendas em 2016, em comparação com os 41,9% que já se registavam em 2015. Os dados são da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) que divulgou os resultados do Barómetro de Vendas relativos a 2016.

A explicação para este aumento nas compras em promoção estará na tendência que se observa no consumidor português de continuar a procurar bens com a melhor relação qualidade-preço. “As promoções foram um grande auxiliador durante os anos de crise e trouxeram uma alteração do comportamento”, justifica Ana Isabel Trigo Morais, diretora-geral da APED. “Os consumidores habituaram-se a comprar em promoção.”

Setor do retalho cresce

No geral, o setor do retalho registou um ano de 2016 de recuperação, com um aumento de 3% no volume de vendas, que se concretiza em 19.522 milhões de euros. Foi o setor alimentar que impulsionou o retalho, tendo crescido 3,6%.

Dentro deste, as categorias que registaram maior crescimento foram a dos perecíveis (7,9%) e a dos congelados (5%). Ana Isabel Trigo Morais atribui esta subida a uma viragem progressiva nos comportamentos dos consumidores: “Os portugueses preocupam-se cada vez mais com o seu estilo de vida e praticam cada vez mais uma alimentação saudável.” Destaca-se também o desempenho da categoria dos laticínios que não crescia há cerca de quatro anos. Em 2016 reverteu a tendência e registou um ligeiro aumento de 0,1%.

Os consumidores continuam a optar pelos produtos de fabricante sendo que dois terços da quota da mercado lhe pertencem. Em relação a 2015, estes produtos registaram uma expansão de 0,5 pontos percentuais, retirados aos produtos de marca branca.

Tecnologia no topo das compras

Por outro lado, o mercado não alimentar expandiu 2,1%, impulsionado pelos produtos de linha branca e pelos equipamentos de telecomunicação. A primeira categoria cresceu 6,9% relativamente a 2015, com os frigoríficos, as máquinas de lavar roupa e as máquinas de lavar louça a serem os produtos mais procurados.

Em relação aos equipamentos de telecomunicação, o volume de vendas destes cresceu 6,1%, justificado pela substituição do uso de equipamentos como os computadores e os tablets por smartphones. Os wearables e os auriculares também são os produtos mais procurados nesta categoria, sendo que expandiram as suas vendas em 7,7% e 15,3%, respetivamente.

Segundo a diretora desta associação, “os resultados do setor revelam índices de crescimento em linha com o clima económico do país e a confiança do consumidor.” Em relação aos resultados de 2017, ainda é cedo para tirar conclusões: “Olhamos com cuidado para 2017, porque sabemos que o comportamento do consumidor é volátil”, assume Ana Isabel Trigo Morais.

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