Macedo: Mesmo sem imparidades, CGD precisaria de capital

  • Marta Santos Silva
  • 12 Abril 2017

O presidente da Caixa Geral de Depósitos assumiu que, mesmo fora as imparidades, a Caixa precisaria sempre de ser recapitalizada, sublinhando as exigências regulatórias que o exigiriam.

Paulo Macedo, presidente da Caixa Geral de Depósitos, rejeitou esta quarta-feira, no Parlamento, que a recapitalização fosse custosa para os depositantes, que veriam crescer as suas taxas e descer os juros das suas poupanças — “o maior custo para os depositantes é o banco não ter capital”, afirmou. O administrador do banco público também fez questão de sublinhar que a recapitalização do banco não depende apenas das imparidades achadas no banco — “seria sempre necessária”.

A Caixa Geral de Depósitos não precisa apenas da recapitalização, acrescentou ainda Paulo Macedo. “Vai ser o sétimo ano que vai dar prejuízo”, reconheceu. “A Caixa tem de ficar a gerar resultados positivos no longo prazo”, que era um dos pressupostos da capitalização, e que depende de critérios que não se relacionam com esta, como o rácio cost-to-income (custos para lucros), que é “o pior na banca portuguesa”.

O presidente da Caixa Geral de Depósitos era ouvido na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, ou COFMA, sobre os resultados apresentados pelo banco no final de 2016.

A Caixa teve os seus piores resultados de sempre, apresentando prejuízos de 1.859,5 milhões de euros — um valor que se explica pelo elevado montante de imparidades reconhecidas no final do ano passado.

No entanto, Paulo Macedo rejeitou que estas imparidades justificassem todas as necessidades de capitalização, apontando antes exigências regulatórias que também pesam neste aspeto. “As necessidades de capitalização da Caixa não se devem só às imparidades”, afirmou, em resposta à deputada do PSD Inês Domingues. “Entre 2012 e 2017, as exigências de regulação aumentaram 3 pontos percentuais. Só isto, são 1.600 milhões de euros que haveria que aumentar independentemente das imparidades, só por questões regulatórias”, exemplificou. E já em 2018 “vamos ter novas exigências”.

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