United Airlines pede desculpa ao passageiro expulso do avião
O presidente da companhia aérea norte-americana veio pedir desculpa ao passageiro que foi expulso violentamente de um aparelho da companhia em Chicago.
O presidente da transportadora aérea United Airlines apresentou desculpas ao passageiro que foi expulso violentamente de um aparelho da companhia em Chicago, 48 horas depois do incidente que provocou indignação em todo o mundo.
“Apresento as minhas desculpas mais sinceras ao passageiro que foi desembarcado brutalmente do avião. Ninguém dever ser tratado daquela maneira”, escreveu Oscar Munoz, em comunicado, qualificando o incidente como “verdadeiramente horrível”.
No texto, acrescentou, a empresa “assume as suas responsabilidades e vai compor as coisas”, prometeu, acrescentando que “nunca é tarde demais para fazer bem”.
Os advogados do passageiro, David Dao, indicaram, por seu turno, que este continuava internado e que não iria fazer qualquer declaração nos próximos tempos.
O ‘mea culpa’ de Munoz contrasta com o tom adotado inicialmente, na noite de segunda para terça-feira, aos empregados da transportadora aérea, uma das três maiores norte-americanas.
Neste primeiro texto, o passageiro, um médico de origem vietnamita que vive nos EUA desde há alguns anos, era qualificado como “perturbador e agressivo”.
Esta resposta tinha lançado petróleo na fogueira nas redes sociais e na bolsa, onde a ação da United perdeu na terça-feira mais de 1%, ou seja, cerca de 250 milhões de dólares (236 milhões de euros) de capitalização bolsista.
"Apresento as minhas desculpas mais sinceras ao passageiro que foi desembarcado brutalmente do avião. Ninguém dever ser tratado daquela maneira.”
Até a Casa Branca lamentou o incidente, que classificou como “infeliz”. O porta-voz Sean Spicer afirmou que “é perturbador ver como tudo foi gerido”.
Andy Holdsworth, um especialista em comunicação de crise na empresa britânica Bell Pottinger, considerou o episódio como “um desastre em matéria de relações públicas”.
Dos EUA à China, passando pela Europa e América Latina, o incidente provocou reações indignadas e apelos ao boicote da empresa, depôs da difusão de vídeos filmados por outros passageiros que mostraram o homem arrastado pelo corredor, sangrando da cabeça, depois de esta ter batido no braço da cadeira de onde foi arrancado pela polícia do aeroporto.
Perante o escândalo, o Departamento dos Transportes abriu na terça-feira um inquérito “para determinar se a companhia aérea respeitou as regras em matéria de ‘overbooking’” e um dos seguranças da companhia foi suspenso.
O ‘overbooking’ é uma técnica comercial quer permite às companhias venderem mais lugares do que os existentes no aparelho.
A United comprometeu-se a fazer um inquérito interno para examinar e rever a gestão de situações de ‘overbooking’ e a política de indemnizações, cujas conclusões devem ser conhecidas em 30 de abril.
As empresas aéreas norte-americanas podem obrigar os passageiros a saírem dos aviões para os quais haja mais bilhetes vendidos do que lugares disponíveis, em troca de indemnizações, se não conseguirem voluntários suficientes para abandonarem o aparelho.
A United Airlines esclareceu que propor 800 dólares aos passageiros que quisessem renunciar ao lugar neste voo, de domingo, entre Chicago e Louisville, no centro-este do país. Sem voluntários, sorteou passageiros para sair do avião.
“Quando você compra um bilhete de avião, aceita as condições de venda que dão direitos importantes à empresa aérea”, sublinhou Robert Mann, do gabinete R.W. Mann & Company.
“Desde que esteja a bordo, tem de seguir as ordens da tripulação. Se estiver no terminal de embarque, a companhia pode decidir que você não embarca, mesmo que tenha o seu bilhete. Uma vez a bordo, você pode ser desembarcado à força. Em convulsão, você não tem direitos”, enumerou o analista.
Cerca de 46 mil passageiros, em média, têm de sair de aviões nos EUA, devido a situações de ‘overboking’, mas por norma os casos são resolvidos através de um compromisso.
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