Euribor renovam mínimos. Para onde vai agora?

As Euribor continuam a atingir mínimos históricos. Estão negativas em todos os prazos. Vão continuar, mas os economistas antecipam uma recuperação (ainda que ligeira) nos próximos trimestres.

As Euribor continuam, paulatinamente, a recuar. Estão a tocar mínimos históricos consecutivos, em níveis cada vez mais negativos, devendo manter-se abaixo de zero por algum tempo. Mas os economistas começam, agora, a antecipar uma recuperação destas taxas interbancárias que servem de referência para a generalidade dos créditos à habitação em Portugal.

As Euribor desceram a seis e 12 meses para novos mínimos. A taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, caiu para -0,250%. Já a de 12 meses, que atualmente é oferecida para empréstimos de taxa variável na generalidade dos bancos a operar no mercado nacional, recuou para -0,122%, um novo mínimo de sempre, segundo dados citados pela Lusa.

Mais negativa está a taxa a três meses, a de mais curto prazo. Esta taxa, utilizada como referencia nos empréstimos contratados pelos bancos entre si, manteve-se em -0,331%, estando muito perto do recorde de -0,0332%, registado pela primeira vez em 10 de abril.

O acentuar da tendência de queda, permitindo novos alívios nos encargos das prestações do crédito à habitação por parte das famílias portuguesas, verificou-se no seguimento da reunião do Banco Central Europeu (BCE). Mario Draghi voltou a defender a sua política, afirmando que ainda não há razões que justifiquem o alívio do programa de estímulos monetários que tem sido implementado até agora. Isto apesar da inflação.

Em fevereiro, a inflação na Zona Euro fixou-se nos 2%, sobretudo graças à evolução dos preços dos combustíveis, mas voltou a desacelerar para 1,5% em março. Apesar desta desaceleração, a evolução da inflação tem sido suficiente para que se levantem vozes a pedir uma redução gradual do programa de compra de dívida levado a cabo pelo BCE. E o mercado começa a ver a inversão na política.

Os contratos futuros sobre a Euribor a três meses já apontaram para taxas negativas durante muito mais tempo do que atualmente — a taxa poderá manter-se abaixo de zero até dezembro de 2019 (nos -0,005%) –, sendo que mesmo os economistas antecipam agora alguma recuperação do valor destas taxas que servem de indexante nos créditos.

Os economistas preveem, de acordo com uma sondagem realizada pela Bloomberg entre 7 e 13 de abril, que a taxa a três meses termine o segundo trimestre deste ano nos -0,32%, uma recuperação face aos -0,33% estimados anteriormente. E a ideia é que nos trimestres seguintes continue a recuperar. No segundo trimestre de 2018 deverá estar em -0,30%, sendo que a estimativa mais elevada já põe a taxa positiva. Ainda assim, no segundo trimestre de 2019 a taxa ainda estará nos -0,05%.

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