Greve e tolerância de ponto atrasam consultas em dois meses

  • ECO
  • 10 Maio 2017

Os sindicatos dos médicos começam esta quarta-feira dois dias de greve, o que vai paralisar os hospitais até à próxima segunda-feira. Consultas podem demorar dois meses a serem remarcadas.

As consultas que estiverem marcadas para esta quarta, quinta ou sexta-feira podem demorar cerca de dois meses a serem remarcadas. A greve dos médicos começa hoje e vai fazer com que hospitais e centros de saúde estejam apenas com os serviços mínimos nos próximos cinco dias, dado que à greve de dois dias segue-se a tolerância de ponto cedida pelo Governo e depois o fim de semana. Ao Público, os médicos explicam que atuaram em prevenção, tendo remarcado as consultas para esta sexta-feira, antes da decisão do Executivo, o que poderá na mesma levar a um atraso de dois meses na remarcação.

O tempo estimado de atraso foi indicado pelo presidente do conselho de administração do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) ao jornal: normalmente os hospitais e centros de saúde “costumam demorar dois meses” a fazer remarcações de todas as consultas que ficam por realizar por causa de greves ou tolerâncias de ponto. Francisco Velez Roxo alerta para o excesso de trabalho que diz existir nos hospitais e mostra-se preocupado com os exames que ficaram por realizar.

Segundo o diário, esta é a terceira vez na história que a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) fazem lado a lado uma greve nacional de dois dias. Esta quarta-feira começa ainda uma greve de zelo por tempo indeterminado levado a cabo por dois sindicatos de enfermeiros com menor dimensão (Sindicato dos Enfermeiros e Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem).

Como a lei não permite questionar os profissionais sobre se vão ou não fazer greve, os diretores dos hospitais não conseguem calcular o impacto destes dois dias de greve atrelados a uma tolerância de ponto e um fim de semana. O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de São João, no Porto, indica igualmente o período de dois meses até todas as situações que ficam pendentes se resolvam. O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra optou por reagendar todas as consultas (2650) e operações (150) que estavam programadas para o dia da tolerância de ponto.

As reivindicações dos médicos passam por reduzir o número de horas extraordinárias obrigatórias, passando o pagamento desse tempo de trabalho a ser integral. Os médicos querem ainda diminuir de 18 para 12 horas semanas o tempo em que trabalham nas urgências. Além disso, os sindicatos querem que haja limites na lista de utentes por médico de família, reduzindo o número.

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