Nova crise política no Brasil põe mercados em alerta

  • ECO
  • 18 Maio 2017

Temer diz que não renuncia mas a bolsa brasileira continua a cair. Perde mais de 8%.

A turbulência no Brasil repercute os seus efeitos nos mercados, e a bolsa brasileira esta quinta-feira já perdeu mais de 8% na sessão desta quinta-feira. O índice Ibovespa abriu logo afundar mais de 10%, acionando mecanismos de travão para impedir uma queda ainda mais abrupta. O real não escapou e cai 7,5% face ao dólar.

As bolsas europeias fecharam no vermelho mas o principal índice dos Estados Unidos, o S&P 500 segue no verde, a avançar 0,53%. Já o petróleo parece resistir à pressão, continuando em terreno positivo: sobe 0,48% em Londres e 0,45% em Nova Iorque. Em terreno negativo está o ouro, a perder quase 1%.

Michel Temer garantiu hoje que não renunciará ao cargo e afirma que não comprou o silêncio de ninguém. Mas o caos político está instalado. O Supremo Tribunal Federal está a investigar a situação.

De acordo com o jornal Valor Econômico, os traders entendem que o caso pode arrastar-se no tempo, o que traria ainda mais instabilidade aos mercados. Há a expectativa de que os bancos estrangeiros possam cortar a recomendação de investimento em ações brasileiras, adianta ainda.

Para os mercados outro dos problemas prende-se com a evolução das reformas estruturais no país. Os jornais já antecipam um adiamento da reforma laboral e da Segurança Social. Os primeiros sinais animadores da economia brasileira — que nos três primeiros meses saiu da recessão após oito trimestres — podem estar em risco. Segundo a estimativa rápida do Banco Central brasileiro, o PIB cresceu 1,1% em cadeia nos primeiros três meses de 2017.

Perante a volatilidade dos mercados, o Tesouro Nacional brasileiro já anunciou que esta sexta-feira, na segunda e na terça vai realizar leilões extraordinários de dívida pública, depois de ter cancelado a operação que estava prevista para esta quinta-feira. A última vez que o Tesouro recorreu a estas operações extraordinárias foi em novembro de 2016.

Desde que esta nova crise política rebentou, o banco central do Brasil já fez saber, através de uma nota, que está atento e a avaliar o impacto das notícias e que “atuará para manter a plena funcionalidade dos mercados”. Recorde-se que noutros momentos de forte instabilidade, por razões internas ou externas, o banco central e o Tesouro agiram concertadamente para reduzir a volatilidade nos mercados cambiais e de juros.

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