FMI pede mais realismo a lidar com a situação grega

  • Juliana Nogueira Santos
  • 23 Maio 2017

O Fundo Monetário Internacional, pelas palavras de Poul Thomsen, exigiu mais realismo e detalhes acerca do resgate grego para que este se possa juntar às negociações.

O Fundo Monetário Europeu (FMI) pede pressupostos mais realistas em relação à economia grega e mais informação sobre as medidas de alívio de dívida, para que este possa fazer parte do resgate a Atenas. As declarações foram de Poul Thomsen, responsável europeu do FMI.

“Ainda pensamos que falta realismo nos pressupostos e mais especificidade”, afirmou Thomson esta terça-feira, depois de conhecidas as conclusões da reunião do Eurogrupo. O responsável europeu constatou também que foram feitos progressos na discussão acerca da situação da Grécia, mas que esta ainda está longe de acabar.

O pedido de que o FMI se junte ao processo de resgate grego, que neste momento está a ser gerido apenas pelos países da zona euro, foi feito por um grupo desses mesmos países, encabeçado pela Alemanha, e tem como principal objetivo aumentar a credibilidade deste. O FMI diz que só se junta quando o alívio da dívida for concedido.

A Grécia já fez saber que o pagamento de uma nova tranche do empréstimo não está dependente da entrada do FMI e deixou um recado aos credores: Atenas já fez a sua parte, ao nível das reformas, por isso, os credores têm uma obrigação “moral, política e legal” de cumprir a sua parte do acordo. “A Grécia já cumpriu as suas obrigações. Agora são os nossos parceiros e credores que têm o dever moral, legal e político de cumprir o deles”, disse aos jornalistas Dimitris Tzanakopoulos, porta-voz do Executivo helénico.

No Eurogrupo a discussão vai continuar

No seguimento da reunião do Eurogrupo que teve lugar esta segunda-feira em Bruxelas, o presidente Jeroen Dijsselbloem afirmou que foram feitos “grandes progressos” no pacote de políticas a seguir, e o sentimento que predomina é positivo. “Estamos muito confiantes no trabalho feito na Grécia para implementar as medidas e reformas, para que se possa desbloquear a nova tranche antes do verão.”

Ainda assim, os ministros da zona euro ainda não chegaram a um consenso acerca desta discussão, pelo que o trabalho vai prosseguir nas próximas semanas, culminando na próxima reunião do Eurogrupo que vai decorrer em junho, no Luxemburgo.

O ministro alemão das Finanças está confiante de que será possível chegar a acordo no espaço de três semanas, no encontro de junho. Em declarações em Bruxelas, Wolfgang Schäuble, disse apesar de não ter sido possível chegar a acordo na segunda-feira é possível ultrapassar os diferendos num espaço de três semanas e garantiu que a Alemanha não está a bloquear nada, apenas se está a cingir às regras.

O tom positivo manteve-se também no discurso de Pierre Moscovici. O comissário europeu dos Assuntos Económicos informou os seus pares europeus de que “104 das 140 medidas podem ser consideradas completas” e fez questão de sublinhar também o papel das autoridades gregas neste processo, estas que “estão a assumir as suas responsabilidades.”

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