Pagar mais cedo ao FMI leva investidores a pedir juros mais altos a Portugal

O Governo quer reembolsar o empréstimo do FMI mais cedo do que o previsto, procurando tirar partido das melhores condições do mercado. A má notícia: os investidores também estão a pedir mais.

A intenção de reembolsar antecipadamente os empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) está a levar os investidores a pedirem juros mais altos para comprarem dívida portuguesa. Isto porque parte do pagamento ao Fundo será realizado por via da emissão de mais obrigações.

Depois de cinco sessões em queda, os juros associados à dívida portuguesa interromperam esse ciclo depois de o secretário de Estado das Finanças ter adiantado esta terça-feira que o Governo já pediu autorização ao Ecofin para pagar antecipadamente ao FMI cerca de dez mil milhões de euros dos empréstimos concedidos durante o programa de assistência financeira.

Juros portugueses voltam às subidas

Fonte: Bloomberg (valores em %)

As taxas da dívida portuguesa subiram ontem e voltam a subir esta quarta-feira, num dia de descompressão nos restantes países. No caso das obrigações a dez anos, a yield exigida pelos investidores aumenta mais de três pontos base para 3,205%.

Parte do empréstimo ao FMI será reembolsado com recurso a nova dívida portuguesa, com a vantagem portuguesa de conseguir baixar os custos de financiamento da República. Ao invés de pagar um juro de 4,3% ao Fundo, o Executivo procura tirar partido das melhores condições financeiras que encontra atualmente no mercado e evitar o “efeito de bola de neve” que o Banco Central Europeu (BCE) identificou como risco para a sustentabilidade da dívida portuguesa.

Em causa está o facto de o país ter um elevado endividamento público, de mais de 130% do Produto Interno Bruto (PIB), e continuar a financiar-se a taxas mais altas do que as taxas de crescimento da economia, contribuindo para uma situação em que cria cada vez mais dívida.

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