Qatar força El Corte Inglés a entrar em bolsa
O ex-primeiro-ministro do Qatar quer que a cadeia de lojas estude a entrada em bolsa. Quer cobrar uma das exigências feitas quando ficou com 10% da empresa liderada por Dimas Gimeno.
O El Corte Inglés está a começar a sentir a pressão por ter pela primeira vez na sua história um acionista fora da família. Shahzad Shahbaz, o representante do acionista do Qatar, quer que o conselho de administração analise a entrada em bolsa da cadeia de lojas já a partir do próximo ano — uma das condições que impostas quando o xeque Hamad bin Jassim bin Jaber al Thani pagou mil milhões de euros para ficar com 10% da empresa liderada por Dimas Gimeno.
O investidor do Qatar pediu ao conselho de administração do El Corte Inglés que a cláusula do contrato assinado há dois anos — que determina a realização de uma oferta pública inicial (IPO) — seja acionada, avançam fontes próximas do processo do El Confidencial. Num evento, o presidente e CEO do El Corte Inglés, Dimas Gimeno, não descartou a possibilidade de um IPO da empresa no futuro, embora tenha dito que não era uma opção que estivesse em cima da mesa. Mas esta operação, apesar de estar numa fase muito inicial, vai agora avançar por exigência do investidor.
Segundo o jornal, o representante do investidor também pediu a Cristina e Marta Alvarez Guil — as herdeiras deste império — para acelerarem a reestruturação da empresa. Apesar de ter revelado melhorias significativas em termos de negócio nos últimos anos, o crescimento está muito distante do que estava estimado quando o ex-primeiro-ministro do Qatar entrou no capital.
Quando o El Corte Inglés apresentar as suas contas, prevê-se que estas fiquem aquém do que é esperado pelo Qatar, sobretudo a nível operacional, refletindo-se depois nos resultados líquidos. Isto terá impacto direto no capital do grupo, uma vez que o xeque terá direito a receber uma compensação em ações por não ter cumprido os objetivos acordados. Atualmente, Hamad bin Jassim bin Jaber al Thani é dono de 10% do El Corte Inglés, mas receberá mais 2,5% em julho do próximo ano. E uma quebra do contrato dará ainda mais poder a este investidor: a participação aumenta 0,5% neste caso, passando a deter 13% em julho de 2018.
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