OCDE revê em alta crescimento de 2017 para 2,1%

  • Margarida Peixoto
  • 7 Junho 2017

A OCDE reviu em alta a projeção de crescimento português. Mas mantém a expectativa de que o PIB vai abrandar no próximo ano.

Ángel Gurría, secretário-geral da OCDE, e Mário Centeno, ministro das Finanças.Paula Nunes / ECO

Mais crescimento, mas por pouco tempo. A OCDE reviu esta quarta-feira em alta as projeções para a economia portuguesa. A organização liderada por Ángel Gurría antecipa agora um crescimento de 2,1% do PIB para 2017. Contudo, avisa que será sol de pouca dura e que, em 2018, o ritmo abranda para 1,6%.

A projeção da OCDE supera a última previsão oficial do Governo português — que no Programa de Estabilidade inscreveu uma meta de 1,8% para este ano — mas vai ao encontro das mais recentes expectativas do Executivo. Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, admitiu que o valor oficial é prudente e que o PIB poderá crescer “para lá dos 2%”.

Como é que as projeções da OCDE comparam com outras?

Fonte: OCDE, MF, FMI, CE, CFP

De acordo com a OCDE, o crescimento português continua a ser suportado pelo aumento das exportações, com a venda de bens para os parceiros extracomunitários a recuperar de forma particularmente evidente — a organização destaca Angola, Brasil e a China. A previsão é de um aumento de 5,5% das exportações totais de bens e serviços este ano, uma aceleração face aos 4,4% registados em 2016. Para 2018, está projetado um abrandamento do crescimento, que deverá atingir ainda assim os 4,5%. “O volume das exportações vai registar um forte aumento devido às melhorias continuadas na competitividade dos custos”, adianta o documento.

"A atividade do investimento tem sido travada pela baixa rendibilidade e pelas elevadas necessidades de desalavancagem de muitas empresas.”

OCDE

Economic Outlook 2017

A par das exportações, o consumo interno continua a crescer, ainda que a níveis contidos (2%) pelo excessivo endividamento, tanto das famílias, como das empresas. Aliás, o excessivo endividamento está a provocar o mesmo efeito travão no investimento. “Apesar da política monetária extremamente acomodatícia na zona euro, a atividade do investimento tem sido travada pela baixa rendibilidade e pelas elevadas necessidades de desalavancagem de muitas empresas”, lê-se no relatório.

É por isso que a OCDE frisa que são necessárias “medidas de política que encorajem a redução do stock de crédito malparado no balanço dos bancos”. Aliás, se estas medidas forem tomadas, o impacto na atividade económica deverá ser particularmente positivo, uma vez que os consumidores estão com níveis de confiança elevados, antevê a organização.

Esta não é a única recomendação que a OCDE deixa. Há mais cinco, nas áreas da qualificação dos trabalhadores, recursos para a Educação, política orçamental e mercado de trabalho. Para a organização, se Portugal melhorar estas dificuldades poderá aproveitar ainda mais os benefícios da globalização. Mesmo assim, o país já beneficiou através do aumento das exportações e da subida dos salários dos trabalhadores com níveis de qualificação mais elevados.

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