Berlim complica investimento estrangeiro em setores fulcrais

  • Lusa
  • 12 Julho 2017

A Alemanha quer dar quatro meses em vez dos atuais dois meses para examinar as ofertas de aquisição provenientes de empresas de fora da União Europeia, como resposta a compras chinesas.

O Governo alemão adotou hoje um decreto que reforça as regras dos investimentos estrangeiros nas empresas alemãs consideradas estratégicas, com a Europa inquieta face ao apetite da China.

“Continuamos a ser uma das economias mais abertas do mundo, mas também queremos garantir que as condições da concorrência se mantêm justas“, declarou a ministra da Economia alemã, a social-democrata Brigitte Zypries num comunicado.

Berlim quer, nomeadamente, dar quatro meses em vez dos atuais dois meses para examinar as ofertas de aquisição provenientes de empresas de fora da União Europeia (UE). Com a adoção deste decreto, Berlim também estende o campo das transações submetidas ao seu exame, nomeadamente ao domínio de serviços ou de fabricantes utilizados por empresas pertencentes a setores estratégicos, como os das redes de eletricidade, das centrais nucleares, de fornecimento de água, de redes de telecomunicações, de hospitais ou ainda aeroportos.

O decreto visa “adaptar as modalidades dos procedimentos de exame ao número decrescente de aquisições de empresas, que são cada vez mais complexas”, explica o Ministério da Economia. A iniciativa não cita quaisquer países específicos, mas a China estará na primeira fila, já que surge quando a inquietação face à “expansão chinesa”, segundo declarações de Angela Merkel, está a aumentar na Alemanha e ainda mais na Europa.

Ao nível da União Europeia (UE), a Alemanha apoiou a proposta do presidente francês, Emmanuel Macron, de dar mais poder a Bruxelas para controlar as aquisições estrangeiras no seio do bloco para proteger os setores estratégicos.

Mas esta ideia enfrenta resistências no seio da UE, nomeadamente de Portugal, Grécia e Espanha, que temem que uma tal medida trave os investimentos estrangeiros nos seus próprios territórios.

Assim, enquanto os chineses querem sobretudo empresas ‘high-tech’ na Europa ocidental, os investimentos na indústria e nos serviços no sul e no leste do continente são mais que bem-vindos para aquelas economias.

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