Compra e venda de casas volta a níveis de 2010

O mercado imobiliário voltou a mexer em 2016 ao mesmo ritmo de 2010. A venda de alojamentos familiares registou um aumento de 18,5% no ano passado. O número de edifícios licenciados também cresceu.

A construção é um dos setores da economia portuguesa que ainda não recuperou face aos níveis pré-crise. Contudo, continuam a acumular-se os sinais de que o setor está a acelerar a recuperação. Os dados do Instituto Nacional de Estatística relativos a 2016, divulgados esta segunda-feira, mostram um aumento no número de transações de casas e de edifícios licenciados, alterando a tendência de decréscimo dos últimos anos.

No ano passado as transações de casas ultrapassaram os 14,8 mil milhões de euros. Graças a um acréscimo de 18,5% em 2016 — assim como uma subida de 27,4% em 2015 –, o número de alojamentos familiares transacionados atingiu os 127.106, um número próximo dos 129.950 alojamentos vendidos e comprados em 2010. Do total, 105.502 respeitaram a alojamentos existentes e 21.604 a alojamentos novos.

“Em 2016 transacionaram-se 127.106 alojamentos familiares, correspondendo a um acréscimo de 18,5% face ao ano anterior (+27,4% em 2015), valor muito próximo do registo máximo de vendas de habitações observado em 2010 (129.950)”, indica o INE no destaque divulgado esta segunda-feira.

Contudo, os números mostram que, ao contrário do que acontecia em 2010, em 2016 o número de vendas de alojamentos novos é significativamente menor. A recuperação foi feita pelo lado dos alojamentos existentes.

“As vendas de novos alojamentos totalizaram 3,4 mil milhões de euros, tendo diminuído 3,9% (+7,2% em 2015) e as de alojamentos existentes corresponderam a 11,4 mil milhões de euros, tendo aumentado 27,6% (+43,1% em 2015)”, assinala o Instituto Nacional de Estatística.

Edifícios licenciados crescem 10,9%

2016 foi o ano de inversão numa série de estatísticas relacionadas com a habitação. Foi o caso do número de edifícios licenciados que cresceram 10,9% no ano passado e inverteram a tendência de variações negativas que se verificava pelo menos desde 2011.

“Em 2016 o número de edifícios licenciados em Portugal cresceu 10,9% (-3,7% em 2015), tendo sido licenciados 16.738 edifícios, alterando a tendência de decréscimo dos últimos anos“, indica o INE.

Dentro desse universo, o número de edifícios licenciados para construção nova continuam a ter o maior peso. Face a 2015, houve um ligeiro aumento. Registou-se ainda uma subida no número de fogos licenciados em construções novas para habitação familiar. Segundo os dados do INE, a variação desse indicador foi de 35,7% em 2016, face ao ano anterior.

Preços aumentam pelo terceiro ano consecutivo

Desde 2014 que os preços da habitação estão a subir. Principalmente em Lisboa e no Porto são vários os indicadores que mostram um aumento dos preços. Por exemplo, em setembro de 2016 registou-se o aumento mais elevado do preço das casas de há 15 anos.

Em 2014 os preços aumentara mais de 2%. No ano seguinte subiram 3,1% e em 2016 subiram mais 7,1%, uma tendência acompanhada pelo aumento do valor médio da avaliação bancária de habitação que cresceu 3,8% no ano passado.

Este foi o terceiro ano consecutivo em que se observou um acréscimo nos preços, tendo sido mais intenso no caso dos alojamentos existentes (8,7%) face aos alojamentos novos (3,3%)”, escreve o INE, referindo que também os custos de construção de habitação nova inverteram. Em 2016, o ritmo de crescimento parou de diminuir, registando uma taxa de variação média anual de 0,6%.

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