Catarina Martins apela a Governo para acabar com a “selvajaria laboral da Altice”
Catarina Martins apelou hoje ao Governo para que acabe "com a selvajaria laboral que a Altice quer impor para despedir trabalhadores", acusando a empresa de estar a "tentar dobrar a lei".
“O Bloco de Esquerda já apresentou uma proposta na Assembleia da República que pode parar estes despedimentos, mas achamos que o Governo deve atuar já, até porque o pode fazer de forma mais rápida que o parlamento”, afirmou Catarina Martins, em declarações aos jornalistas.
Falando à margem da visita que efetuou a uma empresa de Fafe do ramo metalúrgico, a líder do BE afirmou que os trabalhadores da PT Altice “estão também a lutar para que a selvajaria laboral que a Altice quer impor no nosso país não vá para a frente”.
Para Catarina Martins, se a Altice conseguir “fazer os despedimentos desta forma, então significa que deixa de haver proteção para qualquer trabalhador em Portugal”.
A líder do BE considerou que a Altice está no grupo a que chamou “empresas abutre”.
“São empresas que chegam, compram grandes empresas e depois tentam desfazê-las aos pedaços e ao fazê-lo estão a destruir, não só emprego e direitos, mas também a capacidade produtiva do país”, declarou.
Para a coordenadora do Bloco de Esquerda, “o que a Altice está a fazer não é um despedimento coletivo, conforme prevê o nosso Código do Trabalho”.
“O que a Altice está a fazer é tentar utilizar artifícios legais, que não têm nada a ver com despedimentos, para despedir, está a tentar dobrar a lei. E Portugal tem de ser um país que se leva a sério, não pode permitir que isso aconteça”, disse, insistindo que “a força dos trabalhadores da PT, a coragem que eles estão a demonstrar no dia de hoje, tem de ser acompanhada pela determinação política de travar estes despedimentos”.
Catarina Martins, afirmou que aquela multinacional francesa “pretende passar trabalhadores da PT para outras empresas da Altice, para permitir que sejam despedidos daqui a um ano”, utilizando “mecanismos legais que até serviam, em última análise, para proteger trabalhadores quando uma empresa compra outra, para fazer o contrário, para passar trabalhadores da empresa mais forte para a empresa mais frágil”.
“O que o Governo deve fazer é parar este processo”, reafirmou, recomendando que “o Governo seja bastante atuante e bastante vigilante”.
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