FMI incita BCE a manter estímulos. Teme riscos para o crescimento

A entidade liderada por Christine Lagarde alerta para os riscos negativos sobre o crescimento da economia da Zona Euro que podem advir de uma retirada dos estímulos do BCE.

O FMI está preocupado com as implicações negativas sobre o crescimento da Zona Euro, caso o Banco Central Europeu (BCE) decida retirar os estímulos. A entidade liderada por Christine Lagarde, incita assim o banco central a manter a política monetária acomodatícia em vigor perante a fraca pressão inflacionista.

O alerta é deixado num relatório publicado pelo FMI, esta terça-feira. “A política monetária deve manter-se firmemente acomodatícia até que haja uma subida sustentada da inflação rumo ao objetivo de estabilização de preços do BCE”, diz o documento citado pela Bloomberg. O objetivo da entidade liderada por Mario Draghi é que a inflação seja inferior, mas próxima da fasquia dos 2%. O documento do FMI diz ainda que alguns países terão de tolerar um nível de inflação acima do desejado pelo BCE por um “período prolongado”, até que suba a média dos 19 países da Zona Euro.

Os responsáveis do fundo consideram que a região continua a necessitar do suporte do banco central, apesar de a visão do BCE relativamente ao outlook económico da Zona Euro ser relativamente mais otimista.

Na última reunião de política monetária que decorreu na passada quinta-feira, o BCE adiou para o outono uma eventual alteração do atual quadro da política de estímulos, falando na necessidade de paciência e prudência. “Não estabelecemos datas. Precisamos de pensar. Precisamos de muitos dados que não temos hoje. Há muita incerteza. E não tomamos decisões sem termos uma informação completa”, disse o presidente do BCE na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de governadores dos bancos centrais da Zona Euro.

O FMI afirma que a recuperação cíclica da Zona Euro é “firme e abrangente“, perante os preços mais baixos da energia, os estímulos, os mercados de trabalho mais fortes e a recuperação da concessão de crédito. O FMI prevê que a economia do espaço do Euro cresça 1,9%, este ano, e 1,7%, em 2018. Já as estimativas para a inflação vão no sentido de um abrandamento, para 1,5%, em 2018. Para este ano a estimativa é de que a inflação seja de 1,6%.

O FMI alerta que as melhorias do outlook de médio prazo é ensombrado por vários fatores. “Alguns países altamente endividados podem experimentar uma subida dos custos de financiamento, perante condições de financiamento mais apertadas ou a redução da acomodação monetária”, defende a entidade liderada por Christine Lagarde.

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