Novo Banco oferece juros entre 1% e 6,84% para comprar obrigações

Os clientes que aceitem vender as obrigações do Novo Banco que detêm podem transformar o dinheiro da venda num depósito a prazo. São oferecidos juros entre 1% e 6,84%.

O Novo Banco publicou na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários as condições que pretende oferecer aos clientes que aceitem vender as obrigações que detêm do banco com a possibilidade de transformar o dinheiro da venda num depósito a prazo. O juro dos depósitos varia consoante a maturidade das aplicações, entre 1% e 6,84% de acordo com o produto em causa. Já o prazo dos depósitos varia entre três e cinco anos, revela a CMVM.

É desta forma que a instituição liderada por António Ramalho tenta convencer os investidores naquela que é muitas vezes apontada como uma condição necessária para que o Novo Banco venha a ser vendido ao fundo norte-americano Lone Star. A generosidade da oferta será determinante para compensar as perdas que os clientes vão sofrer, já que a operação de troca de dívida implica perdas que vão dos 10% aos 90% para os obrigacionistas. Através da remuneração do depósito os investidores podem rentabilizar o dinheiro que vão receber pela dívida que detém.

O prospeto explica que os depósitos são por prazo determinado, os juros são compostos anualmente e pagos apenas no final do período definido. “Um depositante poderá mobilizar o seu depósito, no todo ou em parte, a qualquer momento, mas se proceder a qualquer mobilização antecipada dos montantes depositados antes do final do período de maturidade/vencimento do depósito, perde o direito a receber quaisquer juros vencidos relativos ao montante mobilizado antecipadamente”, descrevem as regras.

Cada beneficiário terá de “depositar a totalidade dos montantes recebidos” pela compra das obrigações (excluindo juros vencidos) para poder beneficiar destas condições. Além disso, alerta a CMVM, dependendo do montante investido no depósito e da natureza do depositante, “os montantes depositados poderão não beneficiar, no todo ou em parte, do Fundo de Garantia de Depósitos”. Além disso, os depósitos só vão estar disponíveis por um prazo de duas semanas depois da liquidação da oferta.

Nos termos e condições publicados esta terça-feira na CMVM, é especificado claramente que “por forma a evitar quaisquer dúvidas”, que estes depósitos a prazo “não fazem parte, nem devem ser considerados como fazendo parte, dos termos e condições ou da contrapartida da Oferta ou das Propostas”.

No caso dos clientes que detêm obrigações com maturidade em abril e maio de 2019, o Novo Banco propõe comprar estas obrigações por 82% do valor nominal. Ou seja, há um desconto de 18%. Neste caso, estas perdas poderão ser compensadas com um depósito a três anos que paga uma taxa de juro anual de 6,84%. Já pelas obrigações com maturidade em junho de 2021, o Novo Banco propõe um desconto de 11% face ao valor nominal. Assim, estes obrigacionistas poderão fazer um depósito a cinco anos, com uma taxa de juro próxima de 6,5%.

A lógica é: à medida que as perdas potenciais vão diminuindo, a taxa de juro dos depósitos oferecida também diminuiu. Os depósitos menos atrativos serão oferecidos aos obrigacionistas que detêm títulos com maturidades mais longas. Os títulos que só vencem entre janeiro de 2043 e abril de 2052 poderão fazer depósitos a cinco anos com uma taxa de juro de 1%.

Artigo atualizado às 20h52

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Novo Banco oferece juros entre 1% e 6,84% para comprar obrigações

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião