Donald Trump: “A política de apaziguamento com a Coreia do Norte não funcionará”

  • ECO e Lusa
  • 3 Setembro 2017

Segundo a KCTV, o ensaio nuclear, o sexto conduzido pelo regime de Pyongyang, foi ordenado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un. China, Rússia, França, Alemanha e EUA já reagiram.

O presidente dos Estados Unidos defendeu este domingo que “a política de apaziguamento com a Coreia do Norte não funcionará“. “Eles só percebem uma coisa”, escreveu Donald Trump, no Twitter, em reação ao teste nuclear de Pyongyang.

“A Coreia do Norte é uma nação desonesta que se tornou uma grande ameaça e um embaraço para a China, que está a tentar ajuda mas com pouco sucesso”, acrescente o Trump, confirmando que estas ações dos norte-coreanos são hostis e perigosas para os Estados Unidos.

Trump adiantou ainda que os EUA estão a ponderar suspender “todo o comércio” com qualquer nação que faça trocas comerciais com a Coreia do Norte. “Os Estados Unidos estão a considerar, para além de outras opções, suspender todo o comércio com qualquer país que faça negócios com a Coreia do Norte”, escreveu Donald Trump no Twitter.

A mensagem surge horas depois de o chefe de Estado norte-americano ter respondido “vamos ver” à pergunta sobre se estaria disposto a atacar o país que esta madrugada anunciou ter testado, com sucesso, uma bomba de hidrogénio desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental.

Já antes o Governo dos Estados Unidos tinha admitido avaliar a criação de novas sanções contra a Coreia do Norte, na sequência do último teste nuclear realizado pelo regime norte-coreano, afirmou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin. “Podemos fazer muito para isolá-los [à Coreia do Norte] economicamente, muito mais do que já fizemos”, frisou Steven Mnuchin, numa entrevista à cadeia televisiva americana Fox.

UE considera “grande provocação” novo teste nuclear da Coreia do Norte

A União Europeia considerou uma “grande provocação” e uma “grave ameaça à segurança regional e internacional” o novo teste nuclear feito pela Coreia do Norte. Em comunicado, a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, disse que o ensaio nuclear é uma violação “direta e inaceitável” das obrigações internacionais de Pyongyang, que não pode produzir nem testar armas nucleares, segundo as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A chefe da diplomacia da União Europeia reiterou que a Coreia do Norte deve pôr fim a todas as atividades relacionadas com armas de destruição maciça e adiantou que, esta segunda-feira, se reúne com Yukiya Amano, o líder da Agência Internacional de Energia Atómica, para debater o tema.

Macron pede reação “com maior firmeza”

O presidente de França, Emmanuel Macron, apelou este domingo à comunidade internacional para reagir “com a maior firmeza”, após o novo ensaio nuclear da Coreia do Norte, que considera que “afeta a paz e a segurança”.

“O Presidente da República apela aos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas a reagir rapidamente a esta nova violação pela Coreia do Norte do direito internacional (…)”, disse o Eliseu em comunicado, que pede também uma reação “unida e clara” da União Europeia.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, defenderam o “endurecimento” das sanções da União Europeia à Coreia do Norte na sequência do sexto ensaio nuclear realizado por Pyongyang, indicou o governo germânico. No decorrer de uma conversa telefónica, os líderes alemão e francês concordaram que “a última provocação lançada pelo dirigente de Pyongyang atingiu uma nova dimensão”, refere o comunicado.

China “condena vigorosamente” novo ensaio nuclear da Coreia do Norte

O Governo chinês “condena vigorosamente” o ensaio nuclear realizado este sábado pela Coreia do Norte e desafia o regime de Pyongyang a “parar de agravar a situação” com “gestos que não servem os seus interesses”.

A Coreia do Norte “ignorou a oposição generalizada da comunidade internacional e efetuou um novo teste nuclear. O Governo chinês expressa a sua oposição e condena vigorosamente” esta ação, sublinha um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros do executivo de Pequim.

A Coreia do Norte anunciou ter testado, com sucesso, este sábado uma bomba de hidrogénio desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental. O anúncio do “total sucesso” do teste de uma bomba de hidrogénio, conhecida como ‘bomba H’, foi feito pela pivô da televisão estatal norte-coreana, horas depois de Seul e Tóquio terem detetado uma invulgar atividade sísmica na Coreia do Norte.

O anúncio tem lugar depois de, na noite de sábado, a agência oficial norte-coreana KCNA ter garantido que a Coreia do Norte conseguira desenvolver com êxito uma bomba de hidrogénio passível de ser instalada num míssil balístico intercontinental (ICBM).

A KCNA divulgou então uma fotografia de Kim Jong-un junto a uma suposta ‘bomba H’, acompanhado por cientistas nucleares e altos oficiais do Departamento da Indústria de Munições do Partido dos Trabalhadores, apesar de, como é habitual, não ter facultado detalhes sobre o local nem a data do acontecimento.

Rússia condena novo ensaio nuclear da Coreia do Norte e apela ao diálogo

A Rússia condenou este domingo o sexto ensaio nuclear realizado pela Coreia do Norte, que considerou representar “uma séria ameaça para o mundo”, e insistiu que todas as partes implicadas no conflito na península coreana devem voltar ao diálogo. “O enésimo desprezo ostentatório por parte de Pyongyang das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e das normas do direito internacional merece uma firme condenação”, refere um comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores russo.

O executivo de Moscovo sublinha que “as autoridade da Coreia da Norte, com as suas ações dirigidas para sabotar o regime global de não proliferação (de armas nucleares), geram uma séria ameaça para o mundo, para a segurança na península coreana e na região”. “Seguir esta linha pode ter sérias consequências para a própria Coreia do Norte”, alerta o comunicado da diplomacia russa, defendendo ainda que “todas as partes interessadas devem voltar sem mais delongas ao diálogo e às negociações”.

Para os russos, essa será “a única forma para alcançar uma solução integral para os problemas da península da Coreia, incluindo a questão nuclear”.

(Atualizado às 19h08)

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