Sindicato dos trabalhadores da PT espera que Cláudia Goya traga “mudança”

  • Lusa
  • 5 Setembro 2017

Jorge Félix, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da PT (STPT) afirma que "esta situação e que este tipo de gestão não pode nem deve ter continuidade" e espera que Cláudia Goya traga mudanças.

O Sindicato dos Trabalhadores da Portugal Telecom, que na quarta-feira se reúne com a nova presidente executiva da empresa, espera que “uma nova personalidade” traga mudança, mas continua a equacionar queixas em tribunal caso nenhum problema se resolva.

“Naturalmente, [vamos] com uma esperança de que, sendo uma nova personalidade que vai gerir os destinos e a gestão da PT, alguma coisa mude relativamente àquilo que tem acontecido, principalmente depois de termos conhecimento do relatório da Autoridade para as Condições de Trabalho, que coloca em causa a forma como a empresa tem sido gerida”, disse à agência Lusa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Portugal Telecom (STPT), Jorge Félix.

"Naturalmente, [vamos] com uma esperança de que, sendo uma nova personalidade que vai gerir os destinos e a gestão da PT, alguma coisa mude relativamente àquilo que tem acontecido”

Jorge Félix, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da PT

O sindicalista considerou que a direção da empresa, “de forma extemporânea e autoritária, tem vindo a tomar uma série de decisões que colocam em causa a própria estabilidade mental dos trabalhadores”. “Estas coisas terão de ser colocadas à engenheira Cláudia Goya na esperança de que ela perceba que esta situação e que este tipo de gestão não pode nem deve ter continuidade na nossa empresa porque não é esse o melhor caminho para desenvolver a PT e de a pôr como líder”, frisou.

"Estas coisas terão de ser colocadas à engenheira Cláudia Goya na esperança de que ela perceba que esta situação e que este tipo de gestão não pode nem deve ter continuidade na nossa empresa porque não é esse o melhor caminho para desenvolver a PT e de a pôr como líder”

Jorge Félix, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da PT

Em ações inspetivas realizadas na PT/Meo entre janeiro e julho deste ano, a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) detetou várias infrações, tendo recolhido “evidências da existência de situações de assédio” aos trabalhadores, entre outras violações laborais. Na quarta-feira de manhã, nove sindicatos – um dos quais o STPT – e a comissão de trabalhadores reúnem-se com nova presidente executiva (CEO) da empresa, Cláudia Goya, para debater o assunto.

Em cima da mesa, está também a transferência de trabalhadores para outras empresas do grupo – Tnord, Sudtel, Winprovit e ainda da Visabeira -, recorrendo à figura jurídica de transmissão de estabelecimento. De acordo com Jorge Félix, o encontro vai também servir para lembrar “compromissos assumidos [pela Altice] ainda antes da compra da PT”, como a manutenção do diálogo com os sindicatos, “o que não tem vindo a acontecer”.

A operadora de telecomunicações PT, detida há dois anos pela francesa Altice, tem sido alvo de protestos por motivos laborais. Nos últimos dois anos, houve cerca de 1.400 rescisões contratuais e cerca de 300 trabalhadores ficaram sem funções. Os trabalhadores que entretanto passaram para outras empresas mantêm os direitos laborais contratuais que tinham na PT, mas apenas durante 12 meses, como definido na lei, pelo que o sindicato teme que possa haver despedimentos terminado esse prazo.

Na reunião, o STPT vai exigir a reversão desta situação e a recolocação destes trabalhadores em “funções compatíveis com a sua categoria e com a sua qualificação”. Ainda assim, o sindicato não abdica de ser recebido pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro do Trabalho, Vieira da Silva, com vista à alteração da lei sobre a transmissão de estabelecimento.

“Se nada disto resultar, não deixaremos também de analisar a argumentação necessária para podermos vir a apresentar em tribunal uma série de queixas quanto à gestão que está a ser feita, quanto à transmissão e quanto à situação relacionada com o não exercício de funções normalmente estabelecidas”, concluiu Jorge Félix.

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