Plano do malparado é também para que as “empresas continuem vivas”
O presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, aponta um segundo objetivo na criação da plataforma de gestão do malparado, para além naturalmente de o de ajudar a aliviar o balanço da banca.
A Caixa Geral de Depósitos é um dos três bancos que se juntaram para criar a plataforma para a gestão conjunta do crédito malparado. O presidente do banco do Estado, Paulo Macedo, diz que o objetivo é “recuperar créditos mas também tentar que as empresas continuem vivas, todas aquelas que podem“.
Quando questionado acerca do impacto que a plataforma para a gestão conjunta do malparado poderá ter nas contas da CGD, Paulo Macedo respondeu ao ECO que “a CGD espera uma melhor recuperação através da articulação do que se estivesse isolada” e ter assim “a melhor condição de sucesso para estes créditos“. Este é um dos objetivos, a par da saúde das empresas, assegurou Paulo Macedo no final do 14.º Encontro de Gestores, organizado pelo Fórum de Administradores de Empresas (FAE).
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"A CGD espera uma melhor recuperação através da articulação do que se estivesse isolada.”
Quanto às empresas abrangidas pela atuação da plataforma, Paulo Macedo adianta apenas que “os bancos estão a fazer a identificação dentro dos parâmetros pré-definidos“. Após uma fase inicial, “há muito para trabalhar e para consubstanciar e, sobretudo, para operacionalizar“, acrescentou o ex-ministro da Saúde.
No dia em que se oficializou a criação da plataforma para a gestão conjunta do malparado, com a assinatura do memorando pela Caixa Geral de Depósitos, Novo Banco e BCP, Paulo Macedo relembrou ainda que “a plataforma só serve para certo tipo de créditos, com certas características e certos montantes”. Numa fase inicial, a plataforma só vai gerir créditos individuais acima de cinco milhões.
A Plataforma de Gestão de Créditos Bancários, conhecida como ACE, só vai gerir créditos individuais acima de cinco milhões numa fase inicial, sendo o objetivo deste mecanismo encolher para um terço o tempo médio de reestruturação destes créditos, reduzindo-o para seis meses. Cada um dos bancos irá apresentar uma lista dos processos que pretendem ver tratados através deste mecanismo, sendo que essas listas deverão começar a chegar à ACE até ao final deste ano — basta que dois dos três bancos apontem um mesmo processo para este ser avaliado pelos técnicos.
Uma vez feita a avaliação da viabilidade do processo, avança-se para a reestruturação. Estes processos serão sempre alcançados por acordo, sendo que a ACE quer ajudar a resolver os problemas do sistema financeiro — sobrecarregado de créditos em incumprimento — ao mesmo tempo que procura reabilitar as empresas devedoras.
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