Malparado: “Não haverá nenhuma garantia pública”, diz Mourinho Félix
O secretário de Estado Adjunto e das Finanças garantiu em entrevista à Reuters que "não haverá nenhuma garantia pública" para o crédito malparado gerido pela nova plataforma.
O secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, adiantou que o malparado vai continuar “contabilística e legalmente nos balanços dos bancos” apesar de passarem a ser geridos numa plataforma criada em conjunto pela Caixa Geral de Depósitos, o Novo Banco e o BCP.
Esta plataforma deverá estar em operação “até ao final do ano”, indicou Mourinho Félix em entrevista à agência Reuters. Contudo, esta será uma “entidade privada” que servirá unicamente para coordenar a recuperação de malparados cruzados, sem contar com garantias públicas.
“Os bancos concordaram entregar a gestão dos créditos malparados das empresas, que estão expostas a mais do que um destes bancos, à plataforma (ACE). O ownership do processo é dos bancos e eles já estão a preparar os documentos”, frisou Mourinho Félix.
"Os bancos concordaram entregar a gestão dos créditos (NPLs) das empresas, que estão expostas a mais do que um destes bancos, à plataforma (ACE). O ‘ownership’ do processo é dos bancos e eles já estão a preparar os documentos.”
Mourinho Félix disse que “não há um bad bank, não há um veículo ou asset management company“. Ou seja, a plataforma portuguesa distancia-se das soluções encontradas pela vizinha Espanha e em Itália, sublinhou o governante.
BCP, Novo Banco e Caixa Geral de Depósitos já assinaram esta quinta-feira o memorando de entendimento para a criação de uma plataforma de gestão do malparado. Esta plataforma só vai gerir créditos individuais acima de cinco milhões numa fase inicial.
De acordo com o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, “o papel do Governo e do Banco de Portugal foi sobretudo de sentar os bancos à mesa”.
"Não há um bad bank, não há um veículo ou asset management company.”
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