Nuno Magalhães: “Costa tem cometido erros graves que custaram vidas”

  • ECO
  • 19 Outubro 2017

O líder parlamentar do CDS diz que a moção de censura anunciada pelo seu partido ainda se justifica mais agora porque Costa não reconhece “erros graves” que causaram mortes.

Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS, mostrou-se muito crítico em relação à atuação do primeiro-ministro António Costa ao longo dos últimos meses no que respeita à gestão dos incêndios que fustigaram o país nos últimos quatro meses. Em causa estão “erros políticos graves” cometidos pelo primeiro-ministro que “custaram vidas”, disse Nuno Magalhães em entrevista à TSF, acrescentando que em resultado disso, a moção de censura do seu partido ainda faz mais sentido.

“O primeiro-ministro, depois do discurso do Presidente terá… não sei se terá caído na realidade, mas pelo menos terá caído na perceção de que tem cometido erros políticos graves nos últimos meses, que custaram vidas”, afirmou à rádio, considerando que não houve um pedido de desculpas por parte de António Costa. “Um pedido de desculpas pressupõe sinceridade. Aquilo foi uma resposta a um desafio que o primeiro-ministro, de uma forma até deselegante, dizer que não tinha pedido desculpas porque só pede desculpas na sua vida privada”, defendeu Nuno Magalhães.

É precisamente por considerar que António Costa não reconheceu “os erros graves” que Nuno Magalhães considera que a moção de censura do CDS se justifica ainda mais, considerando que a demissão da ministra da Administração Interna, os anúncios de que haverá indemnizações e verbas no Orçamento do Estado para lutar contra os incêndios não são suficientes para alterar esse sentimento.

“Aquilo que dizemos é que era preciso dar corpo institucional, parlamentar, político à indignação que era geral face à falência total do Estado numa área de proteção das pessoas – que é a área mais essencial de qualquer Governo. Isso baseou-se numa segunda oportunidade que o primeiro-ministro perdeu”, referiu a esse propósito.

O centrista não teme ainda um eventual reforço do Governo caso a moção de censura que o CDS vai apresentar seja chumbada. “Para mim é indiferente se sai reforçado ou não sai. É preciso que, quando o Estado falha, que o Estado seja censurado. Se sai reforçado ou não, saberão PCP, BE, Verdes e PS”, afirmou o centrista num recado aos partidos aliados do Governo.

Relativamente à mensagem transmitida ao Governo na comunicação de Marcelo Rebelo de Sousa ao país na passada terça-feira, o líder parlamentar do CDS considera que “o Sr. Presidente interpreta que o país perdeu a confiança no Governo, pelo menos para fazer face a esta questão, de matérias de soberania na área da segurança interna”. Mas negou ter havido qualquer articulação “por encomenda” do Presidente da República com a moção de censura do CDS. “Não, de todo. Acho o momento excessivamente grave para qualquer tipo de calculista político”, afirmou.

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