“Não temos de ter os bens que são necessários ao nosso bem estar”, diz ministro
Ministro do Ambiente assinalou a urgência de resolver desperdício alimentar e energético. Governante propôs a passagem dos consumidores a meros utilizadores e deixou uma nota sobre o Web Summit.
De consumidores a utilizadores. “Nós não temos de ter os bens que são necessários ao nosso bem-estar”. As palavras são do ministro do Ambiente, presente, este domingo, no encerramento do i-Danha Food Lab e do bootcamp do Climate KIC (maior iniciativa no campo da inovação climática promovida pela União Europeia). Para o governante, há vantagens — para as empresas e para os cidadãos — na substituição da ideia de que é preciso, por exemplo, ter um carro pela conceção de mobilidade partilhada.
Em Idanha-a-Nova, João Matos Fernandes realçou também a urgência da resolução do problema do desperdício (alimentar, da água, dos recursos energéticos e dos materiais de construção civil), a “genialidade” do projeto da histórica vila portuguesa e o mérito do Web Summit (feira sobre tecnologia que decorreu esta semana no Altice Arena e na Fil) por ter trazido para cima da mesa o tema das alterações climáticas com vozes tão relevantes com António Guterres, secretário-geral da ONU, e Al Gore, ecologista e político norte-americano.
O responsável pela pasta do Ambiente apelou ainda a que a disrupção tecnológica ultrapasse as “soluções evidentes” como as energias renováveis. “Enquanto ser eficiente significar extrair e descartar, nunca seremos verdadeiramente inteligentes”, assinalou.
Neste sentido, Matos Fernandes lembrou o lançamento, em 2016, do fundo de um milhão de euros para incentivar a economia circular e propôs a diminuição em 15% dos pratos servidos na restauração (para evitar desperdício) e a valorização das cadeias de valor (por exemplo, com a criação de linhas para alimentos fora do calibre por supermercados).
“Como disse Al Gore, venho recrutar-vos para resolver este problema”, concluiu o ministro, enfatizando que a maior ameaça é pensar que o será “o vizinho do lado” a resolvê-lo.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
“Não temos de ter os bens que são necessários ao nosso bem estar”, diz ministro
{{ noCommentsLabel }}