Governo tem agora última palavra sobre furo de petróleo da Galp

  • ECO
  • 16 Novembro 2017

O consórcio de empresas que quer furar a bacia do Alentejo adiou a ação para 2018, mas como regime foi alterado, as autarquias têm agora uma palavra a dizer. O Governo aprovará ou rejeitará o furo.

Por ter deixado passar a “janela de oportunidade” para a perfuração da bacia do Alentejo, o consórcio Galp/Eni pediu um adiamento ao Governo, tal como já tinha acontecido em 2016. Contudo, o regime que abrange esta operação mudou em julho deste ano, o que significa que a decisão final passa agora a estar nas mãos do Executivo de António Costa.

O Parlamento decidiu, em julho, que antes de furar passa a ser obrigatória a realização de uma consulta prévia às autarquias das zonas abrangidas pela prospeção, pesquisa e exploração de petróleo e gás natural. O Jornal de Negócios escreve esta quinta-feira que a janela de oportunidade para fazer este furo é entre abril e junho, visto que só aí estão reunidas todas as condições meteorológicas e marítimas para tal. Ao passar o furo para o próximo ano, as autarquias passam assim a ter uma palavra a dizer.

Jorge Seguro Sanches afirmou esta segunda-feira perante os deputados que o Governo já está a ouvir os municípios e que esses pareceres, ainda que não sejam vinculativos, serão uma parte vital na altura de tomar uma decisão. “Não se deve trabalhar em nenhuma área sem a participação e informação às populações e aos autarcas, muito menos numa área com impactos e visibilidade tão grande como a dos hidrocarbonetos”, apontou o secretário de Estado da Energia.

Questionado pelo diário sobre o pedido de prorrogação do furo para 2018, o consórcio, representado pela Galp, diz que “mantém o interesse no projeto uma vez que os pressupostos e fundamentos que estiveram na sua decisão permanecem atuais”. “O consórcio que a Galp integra está a desenvolver todos os esforços e a cumprir escrupulosamente todos os passos que um projeto desta natureza envolve, sendo que alguns destes passos têm vindo a ser introduzidos ou solicitados ao consórcio à medida que o processo se desenrola“, apontou também fonte oficial da petrolífera.

A petrolífera terá já todas as autorizações necessárias para avançar com o furo. Com esta operação, a Galp pretende avaliar se existe petróleo e, se se confirmar, se há quantidade suficiente para avançar para a exploração comercial. Se a Galp encontrar petróleo, o início da exploração iniciar-se-á três a seis anos mais tarde.

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