Riscos na reforma fiscal levam Wall Street ao vermelho

Depois da Fed aumentar pela terceira vez a taxa de juro esta quarta-feira, o BCE manteve-a esta quinta para a Zona Euro. As bolsas norte-americanas sofreram com as dúvidas sobre o corte de impostos.

Os mercados norte-americanos fecharam a sessão desta quinta-feira em terreno negativo. A imprensa norte-americana liga esta queda aos potenciais obstáculos que a reforma fiscal proposta pelos republicanos possa vir a sofrer num futuro próximo. A maioria no Senado do partido que elegeu Trump é cada vez menor, devido à eleição no Alabama, o que cria riscos caso haja dissidentes entre os senadores republicanos. A proposta prevê um corte de impostos que, segundo a organização que avalia as propostas orçamentais, iria ser penalizadora para os mais pobres.

O S&P 500 caiu 0,41% para os 2.652,01 pontos, seguido pela queda de 0,31% do Dow Jones para 24.508,66 pontos e o deslize de 0,28% do Nasdaq para 6.856,53 pontos. “Acho que isto tem a ver principalmente com as notícias sobre os impostos”, justifica o analista Jim Paulsen, em declarações à Bloomberg, assinalando que a pressão está aumentar para o lado dos republicanos com a chegada do final do ano e a substituição de um senador republicano por um senado democrata, dado o resultado da eleição no Alabama.

O democrata Doug Jones (49,9%) conseguiu vencer por uma margem muito curta o republicano Roy Moore (48,4%), o candidato apoiado por Donald Trump que foi acusado de ter encontros com menores. Há 25 anos que nenhum democrata conseguia ser eleito para o Senado naquele estado. Esta eleição encurtará a vantagem que o Partido Republicano tem no Senado (51-49).

A maior parte das cotadas fechou em terreno negativo em reação ao anúncio da decisão do senador Marco Rubio de votar contra a legislação preparada pelo seu partido para a reforma fiscal. Tal só não acontecerá se a proposta incluir uma dedução fiscal maior para os quem tem filhos, disse a sua porta-voz, segundo a Bloomberg. Neste momento os republicanos só podem perder dois votos caso queiram garantir que a legislação é aprovada.

Além da reforma fiscal, a autoridade reguladora das telecomunicações nos Estados Unidos votou uma proposta que termina com a neutralidade da internet, uma herança da presidência de Barack Obama. Acresce ainda a decisão de Mario Draghi de manter a taxa de juro diretora para a Zona Euro, tendo o presidente do BCE apresentado esta quinta-feira projeções mais animadoras para a economia dos países da moeda única.

Na quarta-feira a Fed também tinha mostrado maior confiança na economia norte-americana, o que agradou aos investidores. A decisão da Fed de subir a taxa de juro veio com uma atualização de previsões que revê em alta o PIB para o próximo ano. A entidade ainda liderada por Janet Yellen vê a economia norte-americana a crescer 2,5% em 2018, acima dos 2,1% inicialmente estimados. Nesse ano a Reserva Federal prevê que existem mais três subidas na taxa diretora.

Os futuros da bitcoin, que começaram a ser negociados esta semana, estão a cair 1,6%, em linha com o que está também a acontecer com o valor da criptomoeda mais conhecida dos mercados financeiros.

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