Sobe e desce: saiba que preços mudam em 2018

  • Marta Santos Silva
  • 1 Janeiro 2018

Enviar cartas vai ser mais barato (porque os CTT foram obrigados) mas a inflação empurra para cima o custo de andar de carro e pode mesmo afetar o preço da renda. Descubra o que muda no ano que vem.

Em 2018, a subida da inflação traz algumas surpresas menos agradáveis em alguns preços. As deslocações, seja de carro seja de transporte público, podem subir de preço, e os senhorios podem mesmo subir as rendas. Os preços do imobiliário deverão subir e o tabaco e o álcool também. Mas também há descidas, por exemplo de alguns milhares de medicamentos. Veja quais as mudanças nos preços que poderão afetar o seu bolso em 2018.

O que sobe?

Muitas das variações de preço que traz o ano novo advêm de uma taxa de inflação um pouco mais alta do que tem sido habitual nos últimos anos, próxima dos 1,4%. Assim, veem-se vários aumentos que se mantêm em linha com esta taxa, que tem vindo a subir nos países da zona euro graças, em parte, à atuação do Banco Central Europeu. Então, que preços mudam?

  • Andar de carro fica mais caro, e comprá-lo também

Os impostos ligados aos automóveis vão subir de acordo com a inflação: o Imposto Único de Circulação (IUC), pago anualmente para poder circular de automóvel, aumenta, assim como o Imposto sobre Veículos (ISV), que se aplica à compra de viaturas. Quanto mais caro for o carro, mais significativo é o aumento de preço com a subida do imposto. E as portagens? Pelo mesmo motivo, sobem de preço também a partir de 1 de janeiro. Por exemplo, uma deslocação de Lisboa ao Porto vai ficar 45 cêntimos mais cara.

  • Alguns transportes públicos também encarecem

Os bilhetes dos transportes podem aumentar até 2,5% no ano que vem, com um máximo de 2% para trajetos inferiores a 50 quilómetros. Já se sabe, porém, que os cartões Lisboa Viva, Viva Viagem/7 Colinas e Andante, usados em Lisboa e no Porto, não vão aumentar.

  • Álcool e tabaco sobem de preço, com variações

O Imposto sobre o Álcool e Bebidas Alcoólicas (IABA) sobe um pouco mais do que a inflação, 1,5%. A subida é tão pequena que a diferença de preços não deverá ser significativa para o consumidor final nas bebidas alcoólicas mais baratas como a cerveja, mas pode começar a sentir-se nos licores mais caros. O imposto sobre o tabaco também aumentou, mas o maço de tabaco pode não subir de preço — depende da marca, isto porque o ad valorem diminuiu um ponto percentual. É mais provável que as marcas mais baratas subam de preço.

  • Pão pode chegar a aumentar de preço em cerca de 20%

O agravamento dos custos com os combustíveis e a subida do salário mínimo a partir de janeiro poderão fazer com que o pão aumente de preço, segundo alertou o presidente da Associação dos Industriais de Panificação, Pastelaria e Similares do Norte, António Fonte. A escolha é de cada panificador, mas o aumento poderá rondar os 20%.

  • Casas vão ser mais caras, para comprar e arrendar

Os senhorios vão poder aumentar as rendas em 1,12% em 2018, o maior aumento desde 2013. O senhorio tem de avisar o inquilino da alteração com pelo menos um mês de antecedência antes de esta ser aplicada, e o inquilino, se discordar, tem um mês para o assinalar. E se as rendas sobem, comprar casa também pode aumentar — segundo um estudo divulgado pelo Expresso, o preço das casas deverá subir cerca 5% em 2018, devido ao aumento da procura em certas regiões como Lisboa e Porto, mas também ao aumento do crédito.

  • Telecomunicações ficam mais ou menos iguais

As principais empresas de telecomunicações, a Vodafone, a Nos, a Nowo e a Meo da Altice, avisaram que em 2018 preveem manter os preços idênticos aos do ano que passou. Só a Meo coloca a hipótese de subir alguns preços nos “tarifários móveis pós-pagos”, sem que os serviços fixos mudem de preço.

  • A conta do supermercado pode ficar mais pesada

Se no ano passado os refrigerantes já subiram de preço, com a introdução do imposto sobre as bebidas açucaradas conhecido como fat tax, este ano encarecem um pouco mais. A taxa aumenta 1,5% relativamente à que se verificava no ano passado. Já o leite, por exemplo, pode aumentar de preço: o INE prevê que “os efeitos da seca” tenham efeitos nos custos de produção que podem provocar um aumento de até 5%. Os produtores de leite, à Lusa, rejeitaram que venha aí tal aumento.

O que mais aumenta no supermercado? O preço de base do azeite, diz também o Instituto Nacional de Estatística (INE) nas Contas Económicas da Agricultura, pode subir quase um terço, 29,6%. E os ovos, depois de já terem aumentado de preço devido à crise do Fipronil e aos fogos florestais, devem aumentar 22,9% em 2018.

O que desce?

No entanto, não há apenas subidas de preços no ano que vem. Da fatura da luz até à conta na farmácia, há algumas quedas a ter em conta: por exemplo, os CTT têm de baixar os preços do correio devido a uma sanção.

  • Enviar cartas vai ser mais barato

A Anacom decidiu que os CTT terão de baixar os preços do correio, visto que em 2016 não terá sido cumprido o valor mínimo para o correio normal entregue até 15 dias úteis (cada 2,3 cartas em mil não chegaram ao destino em 15 dias). Assim, os CTT têm de “aplicar uma dedução de 0,03 pontos percentuais à variação média ponderada dos preços do cabaz de serviços de correspondências”, o que significa uma baixa nos preços do correio a partir de janeiro.

  • Fatura da luz pode vir mais leve… ou mais pesada

As tarifas reguladas da eletricidade descem 0,2% a partir de um de janeiro. Segundo o regulador do setor, isto representaria uma diminuição de nove cêntimos numa fatura média mensal de 45,7 euros. Desde 2000 que os preços da eletricidade não desciam. No entanto, a EDP Comercial aumenta, em média, 2,5% as tarifas de eletricidade. O que é que isto significa? A diminuição virá para quem estiver no mercado regulado, enquanto no mercado livre dependerá do fornecedor.

  • Gás natural só deve mudar de preço em julho, botijas ficam mais baratas

O regulador dos serviços energéticos atualizou o preço do gás natural em julho deste ano, pelo que uma nova atualização só deve vir em julho de 2018. A tendência, no entanto, tendo em conta o ano passado, poderá ser de descida. No caso do gás de botija, o Parlamento aprovou uma “tarifa solidária” para quem beneficia da tarifa social da eletricidade e/ou de certas prestações sociais.

  • Sete mil medicamentos mais baratos

De acordo com o jornal Público, sete mil medicamentos descem de preço a partir de janeiro, e a maioria são medicamentos vendidos em farmácia. Do total, dois mil são fármacos hospitalares.

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