Nuno Artur Silva e Cristina Tomé saem da administração da RTP
Nuno Artur Silva vai abandonar o seu lugar na administração da RTP dada a "irresolução do conflito de interesses". Cristina Tomé, a CFO, também está de saída. Gonçalo Reis é reconduzido.
Nuno Artur Silva vai sair o seu lugar na administração da RTP dada a “irresolução do conflito de interesses entre a sua posição na empresa e os seus interesses patrimoniais privados”, avança o Conselho Geral Independente (CGI) em comunicado. Já a saída de Cristina Tomé, a administradora financeira, não foi justificada. Gonçalo Reis poderá ser reconduzido até 2020.
A fonte de conflito era, de acordo com um comunicado da comissão de trabalhadores da RTP, o facto de Nuno Artur Silva ser também administrador e proprietário da empresa Produções Fictícias. Agora, Nuno Artur Silva sai, de acordo com o CGI, por não ter sido resolvido este conflito de interesses. Apesar disso, o conselho ressalva que não verificou “que isso tenha sido lesivo da empresa, no decurso do seu mandato”.
Este não era, contudo, o único visado no comunicado da comissão. Os representantes dos trabalhadores também referenciaram Daniel Deusdado, diretor de programação que, à data da nomeação, era dono da empresa Farol de Ideias. Outro dos visados é o ator Virgílio Castelo, consultor da RTP para a ficção, que dá pareceres sobre projetos em que participa como ator.
O Governo português já tinha sido questionado pelo PSD sobre alegados conflitos de interesse na televisão pública, com base nesse comunicado da Comissão de Trabalhadores da televisão estatal. O partido ainda liderado por Passos Coelho considerava que, caso as acusações da Comissão de Trabalhadores se revelassem verdadeiras, esta seria “uma violação ao princípio de isenção e de transparência” da administração de uma empresa pública.
Ao mesmo tempo que Nuno Artur Silva sai, também Cristina Tomé, a administradora financeira da RTP, vai abandonar o cargo na administração da empresa, segundo a própria estação de televisão. O Conselho Geral Independente (CGI) decidiu, ao mesmo tempo, avançar com a recondução de Gonçalo Reis na presidência.
Gonçalo Reis, que já ocupa o cargo desde 2015, foi convidado a apresentar um Projeto Estratégico para a RTP, para os próximos três anos. O mandato do atual presidente terminava em fevereiro, mas, desta forma, o CGI abre a porta a que seja reconduzido até 2020.
(Notícia atualizada às 18h28 com mais informação)
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