Gant está a preparar nova estratégia para Portugal
Gant diz que está a aguardar desfecho das questões legais ligadas à falência da Ricon para traçar nova estratégia para Portugal, um dos mercados mais fortes para a marca".
A Gant anunciou, esta quinta-feira, estar a aguardar o desfecho de “questões legais” ligadas à falência do grupo Ricon/Delveste para traçar uma “nova estratégia” para o mercado português, que descreve como “um dos mais fortes para a marca”.
“A Gant Portugal sempre foi um mercado importante para a Gant AB, sendo mesmo um dos mais fortes para a marca em termos globais”, refere o presidente do Conselho de Administração da Gant, Patrik Nilsson, num comunicado divulgado pela marca de roupa internacional com sede em Estocolmo, na Suécia.
Segundo sustenta, foi com “grande tristeza” que viu o facto de o distribuidor português da insígnia “atravessar sérias dificuldades financeiras” que o impediram de “dar continuidade à parceria” que mantinham, “não obstante os esforços desenvolvidos pela Gant AB ao longo do último ano para assegurar a continuidade do negócio e a notoriedade da marca no mercado português”.
Admitindo que os clientes da marca em Portugal “têm sido afetados”, Patrik Nilsson assume a “intenção [de] voltar a estar perto deles assim que todas as questões legais relacionadas com esta situação estejam ultrapassadas”.
No comunicado divulgado, a Gant agradece ainda “toda a paixão e entrega dos trabalhadores portugueses para com a Gant”, reconhecendo “os esforços que desenvolveram ao longo destes tempos conturbados”.
Nos últimos 26 anos a Gant manteve uma parceria de ‘franchise’ com o grupo português Ricon/Delveste, cuja insolvência foi decretada pelo Tribunal de Vila Nova de Famalicão no início de fevereiro, na sequência de um passivo de quase 33 milhões de euros.
Composto por oito empresas, o grupo Ricon detinha as lojas da Gant em Portugal e empregava cerca de 800 trabalhadores.
Num comunicado divulgado em finais de janeiro, a administração da Ricon explicou que a atividade do grupo “dependia de forma significativa da Gant, quer na vertente do retalho, cuja dependência era total, quer na vertente da indústria, cuja dependência era superior a 70%”, e que aquela marca “se mostrou totalmente intransigente e indisponível para negociar e/ou mesmo abordar e analisar” as propostas apresentadas.
Na assembleia de credores da Delveste, a representante da Gant confirmou a falta de interesse da marca sueca, afirmando que “a Gant tem uma estratégia para Portugal que não passa por nenhuma das propostas apresentadas” até então pelo grupo têxtil português.
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