Maria Luís Albuquerque: “Dizer que 2,7% é o melhor desempenho é uma afirmação triste”

  • Juliana Nogueira Santos
  • 14 Março 2018

A antiga ministra das Finanças afirmou que o maior crescimento desde 2000 não é suficiente para a potencialidade do país, pelo que é "triste".

Painel “The Economy: Looking for an Upgrade”, no The lisbon Summit.Paula Nunes/ECO

A economia portuguesa registou, em 2017, a maior taxa de crescimento deste século. Mas para Maria Luís Albuquerque, antiga ministra das Finanças, esta é “uma afirmação triste”, na medida em que é baixo para o potencial do país.

“Dizer que 2,7% é o melhor desempenho é uma afirmação triste”, apontou Maria Luís Albuquerque num painel dedicado às melhorias da economia portuguesa no The Lisbon Summit, evento organizado pelo The Economist em Cascais. “Como é que é possível que em 17 anos só consigamos ter este desempenho?”

A presidente não-executiva da Arrow Global apontou ainda que a este Governo “falta um patamar de ambição que nos possa colocar a salvo” após o final do resgate financeiro, afirmando ainda que “temos de continuar a ser persistentes”.

“Quando vem uma crise, somos resilientes, mas deixamos de ser persistentes assim que há melhorias”, explicou Maria Luís Albuquerque. E criticou ainda que “é uma pena que tenha sido interrompido” o caminho que estava a ser seguido pelo Governo anterior, e que “algumas medidas foram revertidas, algo que já está a causar quebras”. “Temos de resumir o que estava a ser seguido”, concluiu.

No mesmo painel, Daniel Traça, reitor da Nova School of Business and Economics, afirmou que o ritmo de crescimento só é sustentável quando a produtividade seguir o mesmo caminho, algo que, segundo o reitor, não acontece desde 2000. E já em relação às previsões do The Economist, que apontam para que o crescimento do Produto Interno Bruto caia abaixo dos 2% já em 2019, Traça diz que “2% é o mínimo que Portugal deve almejar”.

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