CTT dizem que cumprem critérios de qualidade da Anacom. Melhoram tempo de entrega de cartas

Depois de terem falhado o critério de tempo de entrega de carta de correio normal em 2016, a empresa de correios corrigiu a falha. Só falhou um, o do Correio Azul, que não depende só dos CTT.

Francisco de Lacerda, presidente executivo dos CTT.INÁCIO ROSA/LUSA 12 Março, 2014

Os CTT falharam em 2016 no critério de tempo para entrega de cartas de correio normal, o que levou o regulador a obrigar a empresa a baixar os preços este ano. A cotada liderada por Francisco Lacerda diz que já corrigiu essa falha, tendo mesmo melhorado na generalidade dos indicadores de qualidade do serviço universal postal.

“Os CTT asseguram, enquanto concessionários do Serviço Postal Universal, os padrões de qualidade de serviço e cobertura de rede previstos na Lei e no Contrato de Concessão. Relativamente ao ano de 2017, os CTT cumpriram uma vez mais o Indicador Global de Qualidade de Serviço, tendo atingido um valor de 110,1, superior ao objetivo definido de 100“, dizem em comunicado.

Cumprir o Indicador Global, os CTT já cumpriam. No entanto, havia alguns indicadores específicos em que falhava, mas a empresa diz que corrigiu os erros. “Em 2017, os CTT aumentaram o número de indicadores acima do objetivo e corrigiram a performance de um indicador relacionado com o correio normal (o único inferior ao mínimo em 2016)”, nota.

“Os indicadores mais relevantes, relacionados com correio normal, correio registado, encomendas e tempo de atendimento foram cumpridos”, salienta. No entanto, falharam num: “um dos indicadores relacionados com o correio azul e um dos relacionados com o correio transfronteiriço (que não depende exclusivamente dos CTT) passado a estar abaixo do mínimo”, dizem.

O regulador analisou “os indicadores de qualidade de serviço dos CTT relativos a 2016 e concluiu que o indicador relativo ao correio normal não entregue no prazo de 15 dias úteis não foi cumprido”, referiu, em setembro, a Anacom. Em média, mais de 2,3 cartas em cada 1.000 não chegaram ao destino no prazo de 15 dias.

"Em 2017, os CTT aumentaram o número de indicadores acima do objetivo e corrigiram a performance de um indicador relacionado com o correio normal (o único inferior ao mínimo em 2016).”

CTT

Foi o incumprimento neste critério que levou os CTT ao Parlamento, levando a várias propostas por parte dos partidos mais à esquerda para revogarem o contrato de concessão, e mesmo para a nacionalização da empresa que foi colocada em bolsa em 2013.

Entretanto, e depois de ter obrigado os CTT a reduzir os preços do correio, este ano, a Anacom avançou com uma revisão dos indicadores, duplicando o número destes. A partir de 1 de julho, os CTT vão ter de entregar quase todo o correio normal até um prazo máximo de cinco dias a contar a partir do momento em que a carta é depositada no marco do correio ou entregue num posto, sendo esta uma das principais alterações.

Mercado “extremamente desafiante”

No mesmo documento em que os CTT revelam que todos os indicadores de qualidade ficaram, no ano passado, acima do mínimo exigido pelo regulador, a empresa alerta para os desafios que este mercado apresenta.

O “mercado de serviços postais, extremamente desafiante fruto da queda estrutural dos volumes de correspondências, encontra-se liberalizado, podendo qualquer empresa nele operar”, referem os CTT que, no ano passado, registaram uma quebra de 5,6% nos volumes. Esta quebra ditou uma descida acentuada nos lucros da empresa, que caíram para menos de metade.

É preciso um “modelo de sustentabilidade”

Os CTT aproveitam a divulgação dos indicadores de qualidade para recordarem que “não recebem qualquer compensação por ser o prestador do Serviço Postal Universal”. E defendem que “é fundamental desenvolver em permanência um modelo de sustentabilidade de longo prazo para o setor de serviços postais e para o Serviço Público, dado que o volume de correspondências tem estado numa contínua diminuição desde 2001, sendo hoje cerca de metade do número de cartas enviado naquele ano (cerca de 700 milhões de correspondências em 2017, contra cerca de 1.400 milhões em 2001)”.

“Esta fortíssima redução é consequência da digitalização da sociedade e da economia, verifica-se em Portugal como em todos os países europeus e noutras partes do mundo e tem vindo a impor uma profunda transformação de todos os operadores postais”, nota.

“Os CTT têm vindo a desenvolver uma estratégia de transformação do seu negócio para garantir a qualidade, a eficiência e a sustentabilidade de longo prazo da empresa, quase a completar 500 anos e empregando mais de 12.000 pessoas”, refere a empresa que avançou com a implementação de um plano de reestruturação que prevê a saída de centenas de funcionários.

(Notícia atualizada às 13h21 com mais informação)

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