Promoção da F. Ramada ao PSI-20 terá pouco impacto no índice

  • Lusa
  • 18 Março 2018

A entrada da empresa de aços para o índice de referência é considerada positiva pelos analistas, que consideram contudo que esta traz pouca liquidez para o PSI-20.

Os analistas contactados pela Lusa consideram positiva a subida da empresa de aços F. Ramada ao principal índice da bolsa portuguesa, por troca com a Novabase, mas afirmam que terá pouco impacto no desempenho do PSI-20.

“É sempre positivo adicionar novas empresas ao índice principal. A empresa de aço, armazenagem e ativos florestais acabou por ser a escolhida à frente da Sonae Indústria e é uma mais-valia ao oferecer mais oferta e diversidade setorial”, considerou Eduardo Silva, gestor da corretora XTB, à Lusa.

Ainda assim, o analista recorda que este é um momento de pouca competição entre cotadas, em que é reduzida a exigência para subir ao principal patamar da bolsa portuguesa, e afirmou não ter sido uma surpresa a saída da Novabase.

“Quando foi promovido o título [Novabase] serviu para se fazer face aos regulamentos e para manter os 18 participantes [no PSI20]. No entanto, os volumes de transação nunca permitiram realmente criar uma expectativa de continuidade na principal montra nacional”, disse.

Para João Queiroz, diretor da banca online no Banco Carregosa, a substituição da Novabase pela F. Ramada justifica-se por esta ter uma “capitalização média por sessão (liquidez) superior” à da empresa tecnológica, mas afirmou que ambas são pequenas capitalizações, pelo que “não vão ter impacto no PSI-20”.

Para a F. Ramada, acrescentou João Queiroz, esta promoção poderá ser importante no aumentar da sua liquidez, já que entrará em carteiras de investimento que replicam o índice PSI-20.

Por fim, Diana Oliveira, analista do departamento do banco BIG Research, considerou “interessante” a troca da Novabase pela F. Ramada ao reforçar o perfil industrial do PSI-20 (onde já constam a Corticeira Amorim ou a Navigator), isto num momento de crescimento da produção e exportação das empresas portuguesas.

Ainda assim, concorda que esta traz pouca liquidez ao principal índice da bolsa portuguesa, uma vez que a F. Ramada tem um reduzido capital em negociação em bolsa.

Segundo as contas desta analista, a F. Ramada tem cerca de 74 milhões de euros de capital em negociação em bolsa (free-float), ainda assim, melhor do que os cerca de 30 milhões de euros da Novabase.

A F. Ramada atua no setor dos aços e apresentou melhoria de resultados em 2017, fechando o ano com 56,7 milhões de euros de lucro.

A partir de segunda-feira, a F. Ramada vai passar a constar do PSI-20, por troca com a Novabase, cujos títulos têm apresentado pouca liquidez, uma decisão tomada pela Euronext (a gestora da bolsa de Lisboa) no âmbito da revisão anual do índice.

A cotada que entrou em bolsa em 2008 nunca esteve no PSI-20.

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