Marcelo: “Investimento privado nunca dispensará o investimento público”

O Presidente da República alertou para a necessidade do próximo quadro financeiro plurianual ser uma "causa de todos", uma vez que determinará grande parte do investimento público no futuro.

O Presidente da República reforçou esta terça-feira a ideia de que os partidos têm de chegar a um “entendimento alargado” sobre o próximo quadro financeiro plurianual. A importância desse acordo é justificada pelo impacto desse instrumento no investimento público na próxima década. “O investimento privado será sempre fundamental, mas nunca dispensará o investimento público“, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa num discurso na sessão de abertura da 1ª Cimeira das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto.

“O próximo quadro financeiro plurianual europeu vai largamente determinar o investimento público até quase ao fim da década de 20 deste século”, afirmou Marcelo, em declarações transmitidas pela RTP3, destacando a importância desse dinheiro para o “futuro coletivo” da sociedade portuguesa. Esta deve ser uma “causa de todos” e “tem de suscitar um entendimento alargado” na opinião do Presidente da República.

A diferença entre uma vitória e uma derrota será a diferença entre as muito piores ou muito melhores condições de futuro“, argumentou Marcelo Rebelo de Sousa, assinalando que a necessidade de investimento público “em domínios tão vitais como os das funções de soberania (destacaria a Segurança e a Justiça), as infraestruturas básicas, as áreas sociais indutoras de desenvolvimentos (educação, inovação, qualificação e conhecimento, mas também os cuidados de saúde)”.

Para o Presidente da República “todos ganham com perspetivas mais vastas e partilhadas e todos perdem com a sua ausência“, referindo que “falar a médio e longo prazo é falar de pelo menos em duas legislaturas”. E voltou a pedir que não se confunda a discussão destas matérias com a “discussão dos votos”. “Já temos entre nós tendência que chegue para olhar para o dia seguinte, para a navegação à vista da costa. Por uma vez alarguemos o nosso horizonte“, instou.

Marcelo considera que as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto têm um “papel decisivo” no investimento público e no crescimento económico. No discurso de abertura da 1ª Cimeira das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, o Presidente da República fez questão de colocar a tónica na habitação que tem “papel particularmente pungente” nas principais cidades portuguesas.

“A habitação, num conceito mais amplo de habitação social, vai muito para além do que era a problemática da habitação social (…) porque os desafios são completamente diferentes, colocados pela evolução económica e social das áreas metropolitanas e pelas migrações internas e externas” para essas zonas, alertou, referindo que estes são “dados novos” com os quais se deve lidar.

Na semana passada, numa viagem à Grécia, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que o próximo quadro financeiro plurianual da União Europeia não deve cortar nas políticas agrícola e de coesão. “Ao discutir este quadro financeiro para os próximos sete anos após 2021, estamos a reparar as condições de vida dos nossos filhos e netos, por toda a Europa“, disse nessa ocasião, citado pela Lusa.

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