“Há uma queda natural” de “quem está na política se tentar encavalitar nos êxitos futebolísticos”, diz Rio

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 16 Maio 2018

"Há uma queda natural, mas que não deveria ser assim, de quem está na política se tentar encavalitar nos êxitos futebolísticos", criticou Rui Rio. Líder do PSD acredita que o seu exemplo foi positivo.

O líder do PSD entende que o poder político deve guardar a devida distância do futebol para que, assim, possa tomar as atitudes devidas. E critica aqueles que, na vida política, “aproveitam muitas vezes os êxitos do futebol para se promoverem a si próprios”. “Há uma queda natural, mas que não deveria ser assim, de quem está na política se tentar encavalitar nos êxitos futebolísticos”, disse o presidente do PSD.

Rui Rio mostra-se preocupado com os últimos desenvolvimentos, mas acrescenta: “Já me estavam a preocupar há muito tempo porque isto é uma escalada que nós temos vindo a assistir e acho que é absolutamente insuportável”, afirmou aos jornalistas em Sófia, na Bulgária, à margem de uma reunião do PPE.

Para o presidente do PSD, aquilo que o poder político deve fazer é, “em vez de se intrometer e de se meter, guardar a devida distância daquilo que é um setor da sociedade que tem comportamentos altamente reprováveis e que não são modelo de comportamento para rigorosamente nada”, frisou.

Em declarações transmitidas pela RTP3, Rio também apontou o dedo a quem aproveita os êxitos do futebol para se promover. “Quando as pessoas que estão na política e estão na vida pública aproveitam muitas vezes os êxitos do futebol para se promoverem a si próprios, eu acho que naturalmente estão a criar dificuldades e não a tentar resolver o problema, resolver o problema é guardar distância” e depois ter autoridade “moral” e “ética” para procurar soluções, notou.

Para o presidente do PSD, é preciso ter o “sentido de responsabilidade” de guardar distância e procurar medidas que imponham a disciplina e autoridade, já que a situação “vai de mal a pior”. “O que aconteceu ontem, se nada for feito, vai-se repetir”, avisou, salientando que permanentemente surgem imagens na televisão de “claques balizadas pela polícia de choque”, o que não considera “normal”.

“Admito que o meu exemplo possa ter sido positivo”

E o Governo tem mantido distância? Rui Rio começa por dizer que antigamente havia “uma promiscuidade muito grande”. Mas depois, no início do século XXI, “admito que o meu exemplo possa ter sido positivo e houve uma certa separação”, continua, acrescentando: “Tenho notado que nos últimos anos tem vindo outra vez a tendência dessa ligação, e sempre aquela tentação de ganhar popularidade política à custa do futebol, que eu acho uma coisa perigosíssima”.

Os jornalistas quiseram saber a quem se referia em concreto Rio, que clarificou: “Estou a falar dos agentes políticos em geral, dos partidos quase todos”.

“Há uma queda natural, mas que não deveria ser assim, de quem está na política se tentar encavalitar nos êxitos futebolísticos; misturam-se, digamos assim, com essa componente extraordinariamente emocional e nada racional, quando nós, na política, temos de fazer um esforço de racionalidade e não de emotividade”. Quando “nos misturamos com essa emotividade” para “sermos nós, digamos assim, a usufruir também daquelas alegrias” que o desporto “dá às pessoas”, estamos “a arranjar lenha para nos queimarmos”, mas “o mais perigoso é não termos depois a força e a autoridade necessária para poder intervir com eficácia, evitando que o caminho seja este“, rematou.

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