Presidente da República sentiu-se “vexado” com atos de violência contra jogadores do Sporting

Marcelo Rebelo de Sousa já veio a público reagir à violência de que foram alvo os jogadores e técnicos do futebol da equipa principal do Sporting. Considera-se "vexado" com o que aconteceu.

“Vexado”. Foi esta a palavra utilizada por Marcelo Rebelo de Sousa para classificar como se sentiu após os atos de violência de que jogadores e técnicos da equipa principal de futebol do Sporting foram alvo na terça-feira à tarde na academia do clube em Alcochete por parte de um grupo de cerca de 50 pessoas mascaradas. Há 23 detidos.

“Ontem tive o sentimento de alguém que se sente vexado pela imagem projetada por Portugal no mundo. Vexado porque Portugal é uma potência no desporto, nomeadamente no futebol internacional, e pela gravidade do que aconteceu”, disse o Presidente da República esta quarta-feira aos jornalistas.

Marcelo Rebelo de Sousa classificou aquilo que aconteceu como “acontecimentos graves que não podemos normalizar ou banalizar, sob pena de permitirmos escaladas que são más para o desporto português e são más para a sociedade portuguesa como um todo”.

O presidente da República referiu ainda que aquilo que aconteceu “não é uma realidade isolada“, mas sim que se insere num contexto. “É um contexto que conhecemos bem que é o aumento da violência no desporto português, sobretudo no futebol profissional”, disse Marcelo, destacando que essa situação já motivou intervenções de responsáveis do setor, do governo e até esteve na origem de um debate na Assembleia da República. Intervenções que diz serem “prova que o problema existe”.

Mas as críticas não ficam por aqui. “Em Portugal não pode haver dois portugais: um Portugal que é Estado de direito democrático e um Estado que vive à margem do direito democrático”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que “há uma Constituição, leis e um clima de serenidade que é preciso criar“.

Perante a gravidade do que aconteceu, o o Presidente da República diz que é necessário atuar. “É fundamental para o próprio futebol, para o próprio desporto e para a própria sociedade que se perceba que o clima criado ao longo dos tempos — que foi debatido no Parlamento, que foi objeto de chamadas de atenção do Governo e de responsáveis de toda a ordem — não pode nem deve continuar, sob pena de uma escalada que vai destruir o desporto português, desprestigiá-lo lá fora, desprestigiá-lo cá dentro e nessa medida empobrecer a sociedade portuguesa”, defende.

“Temos de parar para refletir, para as instituições que têm de atuar atuarem. Este é o momento de travar a escalada. Se não é travada agora, quando tiver de ser travada mais adiante, é por meios muito mais graves e penosos. E todos queremos evitar isso”, concluiu.

(Notícia atualizada às 12h15 com mais informação)

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