Greve parou quase 100% dos comboios em Lisboa e 72% no Porto

  • Lusa e ECO
  • 4 Junho 2018

O Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial Itinerante diz que a adesão é de 90%, sendo quase total em Lisboa e no Porto.

A greve dos trabalhadores ferroviários parou, esta segunda-feira, quase 100% dos comboios urbanos de Lisboa, 72% dos do Porto e regionais e 66% das ligações internacionais, indicou fonte da CP à Lusa. O Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial Itinerante (SFRCI) diz que a adesão é de 90% a nível nacional, sendo quase total em Lisboa e no Porto.

De acordo com os dados fornecidos por fonte oficial da CP à Lusa, entre as 00h00 e as 08h00 desta segunda-feira, a greve suprimiu 10 ligações internacionais (66%), 60 comboios regionais (72%), 114 comboios urbanos de Lisboa (98%) e 36 urbanos do Porto (72%).

Os trabalhadores ferroviários da CP, Medway e Takargo vão estar em greve, entre as 00h00 e as 23h59 de segunda-feira, contra a possibilidade de circulação de comboios com um único agente. Os ferroviários contestam que sejam feitas alterações ao Regulamento Geral de Segurança (RGS), com o objetivo de reduzir custos operacionais.

Os árbitros do Conselho Económico e Social (CES) não definiram serviços mínimos para a greve, impondo apenas a realização de comboios de socorro e o transporte de mercadores perigosas ou perecíveis. A CP não vai disponibilizar transportes alternativos.

Em novembro, os sindicatos dos ferroviários suspenderam uma greve após terem acordado com o Governo que a redação do regulamento de segurança iria ser melhorada de forma a garantir que cada comboio circularia sempre com um maquinista e um revisor ou operador de mercadorias.

Atualmente, os comboios circulam sempre com dois trabalhadores, exceto na Fertagus que, ao abrigo do RGS, pode funcionar excecionalmente com agente único entre Setúbal e o Pragal.

Os sindicatos que marcaram as greves – CGTP, UGT e independentes – consideram que “a circulação de comboios só com um agente põe em causa a segurança ferroviária – trabalhadores, utentes e mercadorias” e defendem, por isso, que “é preciso que não subsistam dúvidas no RGS”.

As greves de 4, 12 e 13 de junho vão abranger todos os trabalhadores ferroviários da CP, Medway e Takargo e todo o tipo de trabalho das 00h00 às 24h00 desses dias.

Esta segunda-feira, o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins, defendeu que a greve “não tem justificação material” e explica que os sindicatos marcaram a paralisação contra um regulamento que existe desde 1999, que nunca foi alterado e nem vai ser.

Depois, o secretário-geral da CGTP, que esteve na estação do Rossio a solidarizar-se com a greve dos ferroviários, disse que estão “a defender os seus postos de trabalho”, e alertou que 600 postos diretos podem desaparecer, além de 400 indiretos.

Arménio Carlos explicou à Lusa que está a ser desenvolvido um processo para, no próximo ano, todos os serviços de transporte estarem colocados “perante uma situação de concessão e uma abertura de concursos para aqueles que estiverem interessados”.

O que está “em marcha” é os candidatos a essa concessão saberem de antemão que, “se ganharem o concurso, podem dispensar centenas de trabalhadores”, alertou.

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